“Uma investigação como essa tem que confiar na polícia”, diz Kakay, advogado de Joice

O criminalista destaca que a deputada é muito atacada pela grande mídia bolsonarista: “Se você ficar rebatendo cada coisa que sai, acaba atrapalhando a investigação”

Kakay - Foto: DivulgaçãoCréditos: Divulgação
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Ainda em Nova Iorque, o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, confirmou à Fórum que está representando a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP). O advogado vai cuidar do caso do suposto atentado que a parlamentar teria sofrido no dia 18 de junho, no apartamento funcional que utiliza quando está em Brasília.

“Eu conheço a Joice há bastante tempo, fui entrevistado por ela, se não me engano em 2015, e sempre que nos encontramos temos a oportunidade de conversar um pouco”, disse Kakay.

“Quando ela me procurou, claro que eu estava acompanhando o caso dela de longe, pois estou fora do Brasil, ela veio conversar comigo sobre qual a melhor maneira de agir”, relata o advogado.

Kakay ressalta que Joice é uma pessoa voluntariosa. “Eu aceitei representá-la sob esse aspecto, ou seja, para orientar sobre o que se deve fazer nesse tipo de investigação. Esse é o objetivo. Conversei com o Arthur Lira (presidente da Câmara), que é meu amigo, e falei para a Joice: ‘nós temos agora que sair um pouco de campo e deixar que a Polícia Legislativa e, também, a Polícia Civil de Brasília, que é uma boa polícia, façam o trabalho técnico”.

O criminalista ressalta que, como a deputada, hoje, é muito atacada pelos bolsonaristas, embora tenha sido aliada do presidente durante muito tempo, Kakay orientou: “Se você ficar rebatendo cada coisa que sai, acaba atrapalhando a investigação”.

“Então, vamos nessa linha: deixar que as coisas aconteçam tecnicamente. Vou voltar para o Brasil esta semana e o objetivo é esse: uma investigação como essa você tem que confiar na polícia e deixar, naturalmente, que a apuração seja feita”, completa.

Poça de sangue

Joice denunciou no dia 22 de julho ter sido vítima de um atentado em seu apartamento funcional no dia 17 do mesmo mês. Segundo a deputada, ela, que não se lembra de nada, acordou sobre uma poça de sangue e com várias marcas de violência, que resultaram na fratura de cinco ossos da face, um do pescoço e uma costela também fraturada, dentes quebrados, além de hematomas pelo corpo.

“Minhas dúvidas são: era para me dar um susto? Para querer me machucar? Para fazer algo pior? Isso que a gente precisa descobrir. Eu tenho duas suspeitas”, disse a ex-bolsonarista em entrevista ao Metrópoles. Segundo a parlamentar, pelo menos um desafeto político tinha fácil acesso ao prédio.