Ricardo Berzoini: "Não é hora de esquerdismo babaca"

O ex-ministro dos governos Lula também afirmou que quem deseja se afirmar politicamente, que vá às urnas e coloque as suas ideias em teste

Foto: Blog Limpinho e Cheiroso
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Durante entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (7), o ex-deputado federal e ministro do governo Lula (2002-2010) Ricardo Berzoini criticou a incoerência do discurso do Partido da Causa Operária (PCO), que antes criticava "injustamente" o ex-presidente e também comentou sobre os atos de violência perpetrados pela legenda.

"O Lula é o seguinte: tem gente que usa de acordo com o interesse: quando é pra usar o Lula, usa, quando é pra esculhambar o Lula, esculhamba. E sobre esse negócio do PCO, é o seguinte: a rua não é de ninguém, a rua de quem quer se manifestar e a manifestação é contra o fascismo, contra o genocídio, não é uma manifestação pelas bandeiras do PT, do PSOL ou do PCO. As ruas estão se manifestando contra essa matança dos brasileiros", disse.

Em seguida, Berzoini também afirmou que "toda forma de violência só ajuda a direita. Quero alertar a todos, e não é só o PCO: não é hora de sectarismo, não é hora de falso moralismo e nem de esquerdismo babaca. Até porque, eu sempre digo o seguinte: na política a gente precisa ter ideias e testar as ideias e uma das formas de testar as ideias é nas urnas. Quem quer se afirmar politicamente que vá às urnas e tente eleger vereadores, deputados estaduais e federais, não é fácil organizar o pessoal, eleger uns poucos deputados já é difícil, imagina pra eleger a bancada do PT".

Além de execrar qualquer tipo de violência e sectarismo nos atos contra o presidente Bolsonaro, Ricardo Berzoini destacou que neste momento "objetivamente o Brasil está em risco e nós precisamos ter muito juízo nessa hora".

Sobre a "radicalidade" do PCO no combate ao fascismo e aos fascistas, Berzoini lembrou que os comunistas brasileiros "foram à Praça da Sé e deram um pau nos integralistas. Esse fato é histórico”.

“Em tese, eu sou contra a violência na política. Mas, quando há uma situação de tensão, eventualmente, a defesa dos valores democráticos pode ser feita também de uma maneira mais dura. Agora, objetivamente: não é disso que se trata. O PSDB a gente pode chamá-los de liberais, neoliberais, ultraliberais e outras coisas mais, mas não se trata desse tipo de enfrentamento. O enfrentamento com eles a gente faz nas urnas. Os defensores da democracia somos nós e a democracia não inclui o direito de eu escolher que vai se manifestar nas ruas”, criticou.