Ao estilo Roberto Jefferson, Sérgio Reis desafia STF: "A cobra vai fumar"

Cantor sertanejo convoca manifestação em apoio a Bolsonaro e contra os ministros do Supremo

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O cantor sertanejo Sérgio Reis, que nos últimos anos se tornou um bolsonarista fervoroso, está desafiando os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao estilo Roberto Jefferson (PTB-RJ), ex-deputado que foi preso nesta sexta-feira (13) justamente por ameaças às instituições.

Na última quinta-feira (12), Reis teve um encontro com empresários do agronegócio e caminhoneiros em que debateu a organização de uma manifestação contra o STF, em defesa de Bolsonaro e pelo voto impresso, a ser realizada no dia 7 de setembro.

"Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas ninguém anda no país. Vai parar tudo. Não é só Brasília, é o país", disse o cantor na reunião.

"Nada nunca foi igual ao que vai acontecer. Se eles [os ministros do STF] não atenderem ao nosso pedido, a cobra vai fumar", afirmou ainda.

Confira.

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Roberto Jefferson: preso por ameaças ao STF

O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (13) na cidade de Comendador Levy Gasparian, a cerca de 130 quilômetros do Rio de Janeiro.

A prisão foi efetuada após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Além da prisão, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em redes sociais, apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento.

O ex-deputado é investigado no inquérito das milícias digitais, que é uma continuidade da investigação sobre os atos antidemocráticos e que envolve ameaças de morte aos ministros da suprema corte, pedidos de fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

Antes de ser levado pela Polícia Federal, o ex-deputado enviou mensagem de áudio ao PTB e afirmou que o STF atua contra a “família, Deus e a liberdade” e recebe “mensalão da China”. Ele ainda disse que irá combater “ministros gays” do tribunal. Ao assinar mandado de prisão, Jefferson ainda provocou Moraes.

As milícias digitais

O inquérito da Milícia Digital investiga o funcionamento de grupos digitais voltados para ataques à democracia e aponta para a existência de uma organização criminosa que tem por fim atentar contra o Estado democrático de direito.

Segundo a investigação em curso, essa organização é dividida em três núcleos: produção, publicação de conteúdo, financiamento e político.

Há também a desconfiança de que a organização tenha recebido verba pública.

Além do ex-deputado Roberto Jefferson, são investigados assessores da presidência da República acusado de compor o chamado “Gabinete do Ódio”.