Evento judeu é invadido por hackers no Rio; Cenas de Hitler foram projetadas

Grupo, que entrou virtualmente numa homenagem a Dora Fraifeld, recém-falecida diretora da Escola Eliezer Max, fez ameaças de teor antissemita. Comunidade judaica exige apuração por parte da polícia

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Um evento virtual organizado pela Associação Religiosa Israelita (ARI), do Rio de Janeiro, que homenageava a educadora Dora Fraifeld, diretora recém-falecida da Escola Eliezer Max, foi invadido por um grupo de hacker neste domingo (22), que além de reproduzirem um filme pornográfico no encontro on-line ainda projetaram cenas de Adolf Hitler, escrevendo mensagens ameaçadoras de teor antissemita, como “Morte aos Judeus” e “Vamos queimar a ARI e todas as sinagogas”.

O caso ocorre em meio ao crescente número de ataques a entidades e personalidades judaicas registrados de um ano para cá, segundo levantamento da ONG Safernet, que monitora esse tipo de episódio nas redes. De acordo com informações da entidade, desde maio de 2020 até agora, 204 páginas de conteúdo neonazista passaram a funcionar no ciberespaço brasileiro.

A comunidade judaica do Rio de Janeiro se pronunciou sobre o lamentável e assustador episódio por meio da instituição educacional dirigida por Dora Fraifeld. “O fato está sendo comunicado à polícia com o apoio da equipe de segurança da FIERJ e da empresa que nos assessora nos assuntos relacionados à utilização das ferramentas Google, visando ampliar sempre as condições de segurança que têm garantido a regularidade de nossas ações nesses últimos anos em que novos recursos tecnológicos têm sido empregados nas aulas, reuniões e eventos escolares”, informa a nota assinada pela Escola Eliezer Max.

Na manhã desta segunda-feira (23), o deputado estadual fluminense Átila Nunes (MDB), relator da CPI da Intolerância Religiosa na Alerj, informou que vai pedir que à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), da Polícia Civil do Rio, que acompanhe o caso.

O também deputado estadual Carlos Minc (PSB), que é judeu, emitiu um comunicado no qual afirmou esperar providências da Polícia Federal e ressaltou que ações como essas são fomentadas por atitudes como a do presidente Jair Bolsonaro, que recentemente recebeu no Palácio do Planalto uma deputada alemã que é líder de um partido vinculado a movimentos neonazistas, assim como de seus ministros, que já simularam figuras do regime genocida dos anos 30 e 40, como Joseph Geobbels e Heinrich Himmler.