Militar do RJ é preso suspeito de pilotar helicóptero que foi encontrado com 300kg de cocaína

A aeronave está em nome do policial civil Ronney José Barbosa Sampaio, que possui outras 5 registradas na Agência Nacional de Aviação Civil; caso é investigado como possível tráfico internacional de drogas

Foto: reprodução Youtube
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No último domingo (1) a polícia de Mato Grosso (MT) encontrou, em Poconé, um helicóptero que havia sofrido uma queda. Ao investigar os destroços, foram encontrados 300kg de cocaína.

Mas, a história não parou por aí. Próximo da região onde a aeronave sofreu a queda, foi encontrado o sargento do Corpo de Bombeiros do RJ, Alberto Ribeiro Pinto Junior, flagrado ateando fogo em uma vegetação na zona rural de Poconé.

O bombeiro já estava com a prisão decretada pelo tráfico de drogas e confessou que pilotava o helicóptero que continha os 300 quilos de cocaína.

O delegado da Polícia Civil de Poconé, Mauricio Maciel Pereira Junior, disse ao G1 que o sargento foi encontrado pelos bombeiros em uma área próxima do local onde o helicóptero caiu.

De acordo com o delegado, o bombeiro estava sobrevivendo com biscoito e outras coisas, pois, "ele tinha conhecimento de sobrevivência" por conta do treinamento recebido para ser bombeiro.

"Ele disse que foi coagido e forçado a fazer o transporte da droga, mas não disse nomes. Durante o trajeto para a delegacia ele tentou convener e ofereceu vantagens (dinheiro) aos bombeiros para que o liberassem", disse Pereira Junior.

Policial civil é dono do helicóptero

O helicóptero encontrado na região Poconé (MT) está registrado em nome de Ronney José Barbosa Sampaio, que é Policial Civil.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Sampaio registrou, entre 2002 2021, 5 helicópteros.

O bombeiro que foi preso em Mato Grosso e que admitiu estar dirigindo a aeronave não citou o nome do Policial Civil identificado como proprietário do helicóptero.

Tráfico internacional de drogas

Ronney José Barbosa Sampaio é policial pelo Distrito Federal (DF) onde atua como papiloscopista.

Ao ser questionado sobre a aeronave encontrada com 300 quilos de cocaína, em Mato Grosso, ele afirmou que a vendeu ao irmão em maio.

Porém, a Anac negou que haja registro recente de venda do helicóptero. "Até o momento, o proprietário Ronney José Barbosa Sampaio não comunicou a venda de sua aeronave, matrícula PT-RMN, que deve ser feita dentro do prazo de 30 dias pelo vendedor, não pelo comprador", diz a nota da Agência.

Outro fato que chamou a atenção da Polícia Civil, que está investigando o caso, é o rendimento mensal do policial e o valor da aeronave.

A última remuneração do policial civil, de acordo com o Portal da Transparência, foi de R$ 19.746,02. O salário médio dele é de cerca de R$ 12 mil.

O helicóptero encontrado em Mato Grosso custa, em média, R$ 450 mil e tem capacidade para transportar até três passageiros, além do piloto e carga máxima de 340 kg.

Além disso, 2002 e 2021, o policial Ronney Barbosa registrou cinco helicópteros na Anac: duas aeronaves estão em situação normal e três com matrículas canceladas.

O Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP), do MPDFT, a região onde foi encontrado o helicóptero com 300 quilos de cocaína já era monitorada por suposta ocorrência de tráfico internacional de drogas.

A partir de agora, o NCAP vai investigar se a aeronave encontrada está envolvida no caso.

Com informações do G1 e Correio Braziliense