Negacionismo sobre a vacina infantil atinge mais ricos e escolarizados, diz pesquisa

Levantamento feito em São Paulo mostra que intenção de vacinar as crianças diminui com o aumento do nível de escolaridade do responsável e da renda familiar

Criança sendo vacinada | Foto: Prefeitura do Município de Anchieta (ES)
Escrito en BRASIL el

Quanto mais o poder aquisitivo dos responsáveis, maior o negacionismo. Ao menos é o que indica uma pesquisa feita pelo Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) no Estado de São Paulo sobre a intenção de vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19.

De acordo com o levantamento, a intenção de vacinar as crianças diminui com o aumento do nível de escolaridade do responsável e da renda familiar, decrescendo para 77% entre os que têm ensino superior e a 73% entre os que têm renda acima de 3 salários mínimos.

Já entre os que não tem instrução ou estudaram até o ensino fundamental, 92% afirmam que vacinariam as crianças, enquanto este número é de 88% entre os que estudaram até o ensino médio.

Além disso, 91% dos responsáveis por crianças de 5 a 11 anos que estudam na rede pública dizem que vão vaciná-las contra o coronavírus. Entre os responsáveis por crianças de que estudam somente na rede privada, a parcela que pretende vaciná-las diminui para 78%.

Apesar disso, a campanha de vacinação infantil contra a Covid-19 é aprovada por 84% dos pais e mães do Estado de São Paulo. Dentre os que pretendem vacinar os filhos, 87% residem na Grande São Paulo e 81% no interior.

Segundo o Seade, a intenção de proteger as crianças contra a Covid-19 está diretamente ligada à percepção sobre a importância da vacinação. 99% dos que consideram a campanha importante pretendem vacinar os filhos.

Além disso, mulheres (89%) são mais a favor da vacinação do que os homens (76%). Pais e mães com esquema vacinal completo contra a Covid-19 também são maioria – 91% dos que já tomaram a dose de reforço – entre os que pretendem levar os filhos aos postos de vacinação.

Mais ricos dão menos importância para a vacina

Homens, pessoas com ensino superior e com renda familiar acima de 3 salários mínimos são os que dão menos importância para a vacina. Entre as mulheres, 85% acham muito importante a imunização, parcela que diminui para 76% entre os homens.

Esse percentual também decresce com o aumento de escolaridade, variando de 90% entre os que têm até ensino fundamental para apenas 74% entre os que têm ensino superior. À medida que cresce a renda familiar, diminui a parcela que acha muito importante a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, chegando a 71% entre os que têm renda acima de 3 salários mínimos.

Além disso, 88% dos responsáveis por crianças de 5 a 11 anos que estudam na rede pública acham que é muito importante vaciná-las contra o coranavírus. Entre os responsáveis por crianças que estudam somente na rede privada, 76% acham a vacina muito importante.

Apesar disso, 82% dos paulistas responsáveis por crianças nesta faixa etária acham muito importante que elas sejam vacinadas contra a Covid-19. Na região metropolitana, este percentual é de 86%, enquanto no interior diminui para 78%.

A pesquisa foi feita no último dia 6, com 1.127 entrevistas por telefone com pais e mães de todas as regiões do Estado.