Ômicron aumenta medo de brasileiros com a Covid-19, diz pesquisa

Segundo o levantamento, entre dezembro e janeiro, subiu 7% o percentual de pessoas que diz "estar com muito medo" da pandemia, chegando a 35% da população

UTI Covid em SP. (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
Escrito en BRASIL el

Com o avanço da variante ômicron da Covid-19, e o consequente aumento de casos no Brasil, pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira (14) e realizada entre 10 e 12 de janeiro indica que tem aumentado o medo dos brasileiros em relação ao coronavírus.

Segundo o levantamento, entre dezembro e janeiro, subiu 7% o percentual de pessoas que diz "estar com muito medo" da pandemia, chegando a 35% da população. O número dos "não estão com medo do coronavírus" também diminuiu 8%, de 36% para 28% do mês anterior para este.

Além disso, 36% respondeu que "está com um pouco de medo", e 1% "não sabe/não respondeu". O temor das pessoas em relação ao coronavírus estava em queda desde agosto de 2021, quando a vacinação já havia sido liberada para todos os adultos na maioria dos Estados, e voltou a aumentar a partir de novembro.

Os primeiros dois casos da variante Ômicron foram detectados no Reino Unido em 27 de novembro.

O Brasil registrou nesta quinta-feira (13) 97.221 novos casos de Covid-19, chegando ao total de 22.815.827 diagnósticos confirmados desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi a 60.072 - a maior registrada desde 29 de junho do ano passado (quando estava em 65.070). Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +634%, indicando tendência de alta nos casos da doença.

O país também registrou 190 mortes pela doença nas últimas 24 horas, totalizando 620.609 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 126. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +29%, indicando tendência de alta nos óbitos decorrentes da doença.

Redução do isolamento é "absurdo", diz infectologista

Em entrevista à Fórum, o médico infectologista Marcos Caseiro criticou a nova regra do Ministério da Saúde, que reduziu para cinco dias o período de isolamento de pacientes assintomáticos de Covid-19, desde que apresentem teste negativo. O prazo anterior de quarentena era de 10 dias.

“Essa proposta do ministério é uma total invenção. A ideia é que você faça um isolamento de 5 dias. Veja que absurdo. Paciente sem sintomas respiratórios ou febre. Mas é necessário um teste negativo ao quinto dia. Veja, não estamos conseguindo fazer teste nem para diagnóstico”, afirma Caseiro.

Segundo o infectologista, a Covid-19 é transmitida, normalmente, até o 7º dia de infecção, “no máximo no 10º”. Ele pontua que a redução do isolamento para o 5º dia “não tem lógica e não é corroborada por nenhuma entidade de pesquisa. “Até por que eles colocam a redução do isolamento atrelada à necessidade de você fazer o teste”, complementa.