Trabalhadores da Eletrobras entram em greve por tempo indeterminado

Principal reivindicação é a mudança no plano de saúde da empresa, mas funcionários também protestam contra assédio moral e privatização

Eletrobras | Foto: Divulgação
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Nesta terça-feira (18), funcionários da Eletrobras e das subsidiárias Furnas e do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) entram em greve por tempo indeterminado.

A principal reivindicação é a mudança no plano de saúde da empresa que, segundo a Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel), tem tido cobranças abusivas. “A empresa também vem alterando de forma unilateral resoluções internas que só poderiam ser feitas mediante negociação com as entidades sindicais”, afirma a Aeel.

De acordo com Ikaro Chaves, do Coletivo Nacional dos Eletricitários, a greve não acontece em todo o grupo Eletrobras. No entanto, em breve, as demais empresas devem aderir ao movimento, incluindo a Eletronorte, da qual ele é funcionário.

"A Eletrobras impôs aos trabalhadores uma revisão no plano de saúde que aumentou muito a participação deles. Em Furnas, por exemplo, ficou quatro vezes maior, o que vai fazer com que muitas pessoas não consigam pagar o plano de saúde, principalmente aquelas que têm menores salários", afirmou Chaves em entrevista à Revista Fórum.

Segundo ele, a greve também é contra o assédio moral e a privatização. Em 2021, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou um projeto aprovado no Congresso que abre caminho para a entrega da companhia para a iniciativa privada. A instituição, no entanto, ainda está sob responsabilidade do Estado.

Em meio à crise econômica, o agravamento da fome e os sucessivos aumentos nos preços de combustíveis, gás e alimentos, o governo Bolsonaro, no início de setembro, impôs um novo aumento na tarifa de energia elétrica, sob a justificativa da crise hídrica – apesar de especialistas apontarem que o governo federal já havia sido alertado sobre a escassez e possibilidade de apagões e nada fez.