A miséria a que o Brasil está submetido levou milhares de pessoas a perderem a moradia e viverem nas ruas da maior cidade do país. Dados do censo de população de rua, encomendada pela prefeitura de São Paulo, mostra que houve um aumento de 31% de pessoas vivendo sem moradia na cidade nos últimos dois anos.
No total, 31.884 pessoas vivem nas ruas da capital paulista atualmente - ante 24.344 em 2019. Em relação a 2015, antes do golpe de Estado que tirou Dilma Rousseff (PT) da Presidência, o número dobrou - à época eram 15.905 pessoas morando nas ruas de São Paulo.
O levantamento foi feito entre outubro e dezembro de 2021. Dos 31.884 moradores de rua, 28% afirmaram viver com ao menos um familiar, somando 8.927 pessoas. Em 2019, esse percentual era de 20%, alcançando 4.868.
O percentual de pessoas que buscam abrigo também aumentou de 52% em 2019 para 60% atualmente.
"A crise econômica se agravou, o desemprego disparou, a inflação subiu e, nesse período, a política pública da prefeitura para essa população continuou a mesma. Os centros de acolhida não são pensados para as demandas de quem vive na rua", disse o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, à Folha de S.Paulo.