Negacionista, coordenadora de medicina da UnB renuncia após adoção de passaporte da vacina

O diretor da Faculdade de Medicina e a UnB lamentaram o ocorrido e enfatizaram a importância da vacinação contra a Covid-19

Selma Kuckelhaus em ato realizado em 2019 | Reprodução/Facebook
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 Selma Kuckelhaus, coordenadora de graduação do curso de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), anunciou nesta sexta-feira (28) seu desligamento da função após a universidade decidir adotar o passaporte vacinal para todos que desejarem entrar nas dependências da instituição.

"Considerando que componho o grupo de servidores não vacinados, a minha posição como coordenadora ficou em desacordo com a gestão da faculdade", afirma Kuckelhaus em carta aberta. Com discurso negacionista, a servidora disse que as vacinas contra a Covid-19 "estão em desenvolvimento" e questionou a segurança e a eficácia dos imunizantes.

Negando a realidade - de que o número de mortes despencou no Brasil e no mundo pro conta da vacina -, Kuckelhaus diz que entende como uma "incongruência a imposição do passaporte sanitário, desconsiderando os indivíduos que se recuperaram da infecção pela Covid-19 e que possuem imunidade natural, bem como aqueles que não sentem segurança nas vacinas disponíveis e julgam que o risco supera o benefício".

Ela se diz "defensora das liberdade individuais", em um discurso que acompanha o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Gustavo Romero, diretor da Faculdade de Medicina da UnB, lamentou o ocorrido. "É dela sim. Infelizmente. Acreditamos que o fato concreto esteja claro. Uma professora anti-vacina deixou o cargo pela incompatibilidade entre a sua posição pessoal e as decisões em prol do bem-estar coletivo adotadas democraticamente pela Faculdade de Medicina e pela Universidade de Brasília", disse Romero à jornalista Thaísa Oliveira, da CBN.

A universidade soltou nota após o episódio afirmando que "permanece guiada pela ciência e pela democracia, preservando vidas". "No cumprimento de sua missão, a UnB orienta que, além da adoção dos protocolos de segurança, toda a população esteja vacinada", diz a institução.