Eduardo Paes, prefeito do Rio, recebe mãe e irmãos de Moïse Kabamgabe

Família do congolês assassinado por espancamento por cinco homens num quiosque da Barra da Tijuca esteve no Paço Municipal. Secretarias de Assistência Social e de Direitos Humanos foram acionadas para ajudá-los

Família de Moïse Kabamgabe reunida com o prefeito carioca Eduardo Paes (Prefeitura do Rio)
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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), recebeu em seu gabinete nesta terça-feira (1°) a mãe e os irmãos de Moïse Kabamgabe, o congolês brutalmente assassinado por espancamento num quiosque localizado na Barra da Tijuca no dia 24 de janeiro. O caso revoltou o Brasil e repercutiu internacionalmente, fazendo com que entidades como a Cáritas, a Anistia Internacional e até a ACNUR, a agência da ONU para os refugiados, emitissem notas de repúdio.

"Acabei de receber em meu gabinete a mãe e os dois irmãos de Moïse Mugenyi Kabamgabe brutalmente assassinado no Rio. Manifestei em nome de todos os cariocas nossos mais profundos sentimentos pela perda irreparável e pelo crime horrível do qual essa família foi vítima", postou o prefeito carioca em seu perfil oficial no Twitter.

Mais cedo, a Prefeitura do Rio já havia anunciado a cassação do alvará de funcionamento do quiosque Tropicália até que as investigações sobre o crime sejam concluídas. Paes informou ainda que, dentro das atribuições da administração municipal, colocou todo o suporte público à disposição dos familiares de Moïse, que ainda estão muito abalados com o bárbaro homicídio.

"Além disso colocamos as nossa secretaria de Cidadania e Direitos Humanos e a secretaria de Assistência Social acompanhando a família para todo o auxílio necessário. Ouvi o depoimento de desespero de uma mãe apaixonada pelo Brasil e muito assustada. Nosso compromisso foi o de lutar para que os responsáveis por essa atrocidade possam ser exemplarmente punidos", escreveu ainda Paes.

Caso bárbaro

O congolês Moise Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi espancado na última segunda-feira (24), até a morte com pedaços de pau por um grupo de cinco homens na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso.

De acordo com familiares e testemunhas, Moise trabalhava no quiosque Tropicália, localizado na altura do posto 8, como ajudante de cozinha. Ao fim do expediente, por volta das 21h, ele foi cobrar ao gerente o pagamento de duas diárias atrasadas.

comunidade congolesa no Rio de Janeiro afirmou em nota que, após a cobrança “o gerente começou a lhe agredir junto com seus amigos, 5 pessoas no total”. Imagens de câmeras instaladas no quiosque flagraram a agressão. Os homens usavam pedaços de pau.