Passando a boiada: Amazônia registra recorde de desmatamento em 2021

Dados do Imazon mostram que região sofreu com a pior devastação em mais de uma década. Política ambiental do governo Bolsonaro fomenta ações de derrubada e queima da floresta, sobretudo em áreas federais

Governo do Estado do Pará.
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Um levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgado nos últimos dias de janeiro mostra que a Amazônia sofreu a maior devastação em mais de uma década no ano de 2021, com um crescimento de 29% se comparado a 2020.

De acordo com as informações do Imazon, no último ano, mais de 10 mil km² de floresta foram devastados por derrubadas ou queimadas, o equivalente a quase duas vezes a área do Distrito Federal.

Praticamente 50% de toda a extensão desmatada foi em áreas de florestas públicas federais. Só nesse tipo de terreno, o crescimento em relação ao ano de 2020 foi da ordem de 21%, tendo como alvo principal o estado do Pará, que respondeu por 39% de toda a destruição do bioma amazônico.

Terras indígenas

Os dados mais assustadores sobre o desmatamento dizem respeito às terras indígenas. Os três anos de governo Bolsonaro (2019-2021) fizeram aumentar em 138% a destruição da floresta nessas reservas, se comparados aos três anos anteriores (2016-2018), outro recorde nada honroso.

A política abertamente antiambiental de Jair Bolsonaro, notabilizada pela frase de seu ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que falou em "passar a boiada", tem se concretizado em ações como a proliferação de garimpos ilegais em áreas de preservação, o afrouxamento no combate à extração irregular de madeira e com o crescimento de 56% na ocupação de áreas preservadas de acordo com dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR).