INJEÇÃO LETAL

ÁUDIO: Brasileira presa na Tailândia pede socorro para não ser condenada à morte

Jovem de 21 de Pouso Alegre (MG), detida no aeroporto de Bangkok com dois homens levando 15,5kg de cocaína, mandou mensagem desesperada. Brasileiros já foram fuzilados na Indonésia pelo mesmo crime

Mary Hellen e a bagagem com cocaína, apresentada por autoridades tailandesas (Polícia da Tailândia/Reprodução).
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A brasileira Mary Hellen Coelho Silva, de 21 anos, moradora da cidade de Pouso Alegre, no Sul de Minas, que foi presa com 15,5kg de cocaína no aeroporto de Bangkok, na Tailândia, e que pode ser condenada à morte pelo crime, encaminhou um áudio desolada para a irmã Marina Coelho, pedido ajuda do outro lado do mundo.

Mary foi descoberta pela alfândega tailandesa, que percebeu pelo raio-x que sua bagagem tinha um fundo falso, onde estava acondicionado o entorpecente. A família não sabia que a jovem estava fora do país, já que ela tinha dito que viajaria para Curitiba (PR). A irmã mais velha imaginou que ela iria ao estado do Sul para conhecer algum namorado, mas dias depois foi surpreendida com o contato da caçula, avisando aos prantos que estava presa no país asiático.

Desorientada, a mineira pede para que um advogado a ajude, indo à nação estrangeira. Ela chora muito ao final do áudio e diz que quer responder pelo crime que cometeu no Brasil, possivelmente já sabendo que um sentença lá seria muito mais severa.

Na Tailândia, dependendo da quantidade de drogas, traficantes podem ser condenados à pena de morte, que desde 2013 é aplicada por meio de uma injeção letal, como em alguns estados dos EUA. O caso de Mary, por se tratar de trazer entorpecente de fora para dentro do território tailandês, assim como pela quantidade expressiva, seria enquadrado nos casos em que se sentencia à pena capital.

Casos semelhantes

Há quase 20 anos dois brasileiros foram detidos entrando com cocaína na Indonésia, uma outra nação asiática conhecida pela rigidez de suas leis contra traficantes. Marcos Archer Cardoso Moreira, em 2003, e Rogério Goulart, em 2004, foram flagrados por autoridades de Bali ao tentar entrar com cocaína naquele país. Depois de mais de dez anos no corredor da morte, os dois foram executados por fuzilamento em 2015, num episódio que envolveu fortes negociações diplomáticas do governo de Dilma Rousseff com o do presidente indonésio Joko Widodo, que não aceitou o pedido de clemência da chefe de Estado brasileira e determinou que a sentença fosse cumprida.

Ouça o áudio: