HISTÓRIA

50 anos: Incêndio do Edifício Andraus segue vivo na memória

Tragédia, que completa meio século nesta quinta (24), teve heróis e vilões, além de ter mudado totalmente as normas e parâmetros de combate a incêndios no Brasil

Edifício Andraus em chamas, em 24 de fevereiro de 1972 (YouTube/Reprodução).
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O incêndio do edifício Andraus, no centro de São Paulo, completa 50 anos nesta quinta-feira (24). A tragédia, que deixou 16 mortos e 345 pessoas feridas, marcou toda uma geração e provocou mudanças profundas nas regras sobre combate a ocorrências desse tipo no país.

Na tarde de 24 de fevereiro de 1972, por volta das 16h, um curto-circuito próximo de cartazes de propaganda das Casas Pirani deu origem às chamas, no 3° andar, e se espalhou rapidamente pelo prédio de 31 andares localizado na esquina da Avenida São João com a Rua Pedro Américo.

Numa São Paulo totalmente diferente da atual, com uma frota aérea de 20 helicópteros à época, nenhum deles pertencente às forças de segurança, 12 pilotos, sendo 11 deles de empresas privadas, realizaram um feito extraordinário ao resgatar mais de 500 pessoas em poucas horas. Apenas um dos profissionais, com uma aeronave de porte maior, do governo do Estado de São Paulo, retirou 307 vítimas, fazendo viagens insanas de ida e volta, em alta velocidade, ao aeroporto de Congonhas.

Apenas dois anos depois, próximo dali, na Praça da Bandeira, uma nova tragédia, desta vez com muito mais mortos, ocorreria. O incêndio no edifício Joelma, em 1° de fevereiro de 1974, deixaria 187 mortos e mais de 300 feridos. Ainda traumatizados com as cenas de horror do Andraus, com gente se atirando para a morte pelas janelas, os brasileiros assistiram novamente às imagens perturbadoras. Só que agora haveria a aceleração das mudanças na legislação para prevenir que o horror voltasse a assombrar o Brasil.

Uma série de regulamentações técnicas para evitar que novos incêndios tivessem os desfechos horrorosos como o do Andraus e do Joelma foram aprovadas, nos níveis municipal, estadual e federal, como a utilização de portas corta-fogo, a inclusão de marquises, peitoris e sacadas na fachada das novas construções e, em alguns casos, a instalação de escadas de emergência no lado externo dos edifícios.

Apenas uma pessoa foi punida pela Justiça no caso do Andraus: Nilson Cazzarini, gerente-geral das Casas Pirani, condenado a dois anos de prisão, nunca cumpridos.