Empresário ligado a garimpo ilegal é preso por ordenar queima de helicópteros do Ibama

Motivação do crime foi o prejuízo que ele sofreu em ações de fiscalização do Ibama e da PF em 2021 na terra indígena Yanomami

Foto: Divulgação/Polícia Federal
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O empresário Aparecido Naves Junior, de 35 anos, envolvido com garimpo ilegal na terra indígena Yanomami, em Boa Vista (RR), foi preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (2) por suspeita de ordenar o ataque que incendiou dois helicópteros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O milionário foi encontrado em uma casa de alto padrão em um condomínio de luxo de Goiânia (GO). Ao g1, o superintendente da PF no Amazonas, Leandro Almada, afirmou que a motivação do crime foi o prejuízo que ele sofreu em ações de fiscalização do Ibama e da PF em 2021.

A prisão ocorreu dentro da Operação Acauã, que tem como objetivo apurar os crimes de incêndio, dano qualificado e associação criminosa, que acarretaram na destruição total de uma aeronave e parcial de outra. Outras cinco pessoas foram presas e todas apontaram Aparecido como mandante do crime.

Terra indígena Yanomami sofre com garimpo ilegal

De acordo com a Hutukara Associação Yanomami, até setembro de 2021, a área acumulada de floresta destruída pelo garimpo ilegal na terra indígena Yanomami superou a marca de 3 mil hectares, um aumento de 44% em relação a dezembro de 2020.

As regiões de Waikás, Aracaçá, e Kayanau são as mais impactadas pela destruição, que tem avançado para novas regiões como Xitei, onde a atividade teve um aumento de 1000% entre dezembro e setembro de 2021.

Segundo o Instituto Socioambiental, a região do Palimiu, situada no Rio Uraricoera, é uma das que têm sofrido com a atividade ilegal do garimpo. Desde maio deste ano, mais de 10 ataques armados foram realizados contra a comunidade, incluindo o uso de bombas caseiras. Um dos ataques resultou na morte de duas crianças Yanomami por afogamento.