Suspeito da morte do congolês Moïse disse que bateu para “extravasar a raiva”

Aleson afirmou que trabalhou com o congolês no quiosque Biruta, na Barra da Tijuca. O estabelecimento pertence a um policial militar, que também foi intimado a depor

Moïse Mugenyi Kabagambe. Foto: Redes Sociais
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Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, 27, um dos suspeitos pela morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, 24, assassinado a pauladas na noite do dia 24 de janeiro, disse em depoimento que "resolveu extravasar a raiva que estava sentindo" e que, por isso, bateu no congolês com um taco de beisebol.

Ele disse à polícia que agiu motivado por raiva, porque a vítima estava bebendo muito e "perturbando há alguns dias".

Aleson afirmou que trabalhou com Moïse no quiosque Biruta, na Barra da Tijuca. Segundo ele, o estabelecimento pertence a um policial militar, que também foi intimado a depor.

O dono do quiosque Tropicália, local onde ocorreu o crime, disse em depoimento que o dispensou depois que Moïse apareceu embriagado no trabalho.

De acordo com Aleson, a vítima começou a apresentar um comportamento diferente do normal dias antes de sua morte. O congolês, segundo ele, estava bebendo muito e passou a falar palavrões, ameaçar pessoas, além de insistir para que os clientes e os quiosques lhe fornecessem cerveja.

Familiares de Moïse negaram que ele fosse agressivo. Um deles disse que o congolês não costumava se envolver em brigas, que era tranquilo, brincalhão e comunicativo. Outro negou que ele fosse usuário de drogas e afirmou que Moïse era reservado e mantinha boas amizades.

O crime

Moïse foi, na segunda-feira (24), cobrar duas diárias no quiosque Tropicália, que fica próximo ao Posto 8, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Ele prestava serviços de ajudante de cozinha no local. A informação é da sua família.

Logo após ele chegar ao local, surgiram três homens, um deles com um taco de beisebol nas mãos, que o cercaram, o jogaram no chão e desferiram, pelo menos, 26 pauladas em Moïse, que continuou apanhando mesmo desacordado. As imagens podem ser vistas nas câmeras de segurança do quiosque. Veja abaixo:

https://twitter.com/JornalOGlobo/status/1488589533100847124

Moïse foi encontrado morto, no chão, com as mãos e pés amarrados. De acordo com laudo do IML (Instituto Médico Legal), ele morreu em decorrência de traumatismos no tórax, com contusão pulmonar causada por ação contundente. O laudo diz ainda que os pulmões apresentavam áreas hemorrágicas de contusão e também vestígios de broncoaspiração de sangue.

Três presos

Os três homens foram identificados e presos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Fábio Silva, que é vendedor de caipirinhas e foi detido em Paciência, na zona oeste do Rio, na casa de parentes, Brendon Alexander Luz da Silva, 21, e Aleson que se entregou mais cedo e disse que não tinha a intenção de matar.

Dono diz que não conhece agressores e nega dívida

Mais de oito pessoas já prestaram depoimento à DH (Delegacia de Homicídios da Capital). Um dos ouvidos foi o dono do quiosque, que não teve a identidade revelada. Ele negou envolvimento no crime e disse que estava em casa no momento da agressão que resultou na morte de Moïsel.

Com informações da Folha