Lula pretende se encontrar com família de Moïse Kabagambe

No final de semana, atos pedindo justiça por Moïse aconteceram em diversas cidades do Brasil

Lula | Foto: Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Lula (PT) está disposto a se encontrar com a família de Moïse Mugenyi Kabagambe, o congolês brutalmente assassinado, a pauladas, no quiosque Tropicália da Praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No final de semana, manifestações pedindo justiça por Moïse aconteceram em diversas cidades do Brasil.

As informações são do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles. A Fórum entrou em contato com a assessoria de Lula, que não deu detalhes sobre esse possível encontro.

Lula publicou uma mensagem nas redes sociais na quarta-feira (2) lamentando a morte do imigrante e pedindo justiça e “desculpas” para a família dele.

“Moïse Kabagambe chegou criança ao Brasil, em 2012, e teve sua família acolhida aqui como refugiado. Nove anos depois, ao reclamar seu direito de trabalhador, foi covardemente assassinado. Devemos justiça, amparo, nossos sentimentos e desculpas para a família de Moïse”, escreveu o ex-presidente.

Segundo o colunista do Metrópoles, Ivana Lay, mãe de Moïse, tem dito que veio se refugiar no Brasil por causa do governo Lula. Ela se emocionou ao ver o ex-presidente homenageando o filho assassinado.

A família de Moïse recebeu formalmente nesta segunda-feira a concessão do quiosque Tropicália, que se tornará um memorial de refugiados.

Advogado da família de Moïse está preocupado com andamento das investigações

Álvaro Quintão, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ e advogado da família de Moïse, disse em entrevista à Fórum que está “muito preocupado” com a condução da investigação e a tentativa de incriminar e manchar a imagem do congolês. Confira aqui na íntegra.

Segundo ele, enquanto a polícia nega o acesso do advogado e da família ao inquérito, peças selecionadas estão sendo vazadas para a imprensa, com o objetivo de colocar o imigrante como responsável pelas agressões. Em depoimentos à corporação, os responsáveis pela morte do congolês têm dito que ele estava “bêbado”, “agressivo” e até mesmo que teria praticado roubos na região.

“Os autores desse crime bárbaro estão tentando jogar sobre o Moïse uma responsabilidade pelo início de uma situação, como se isso justificasse. Estão tentando construir uma narrativa para que possam se inocentar ou diminuir a gravidade dos atos. Não existe nada desde 2019, quando Moïse começou a trabalhar para esse quiosque, que possa afirmar que fosse uma pessoa agressiva ou qualquer tipo de problema”, afirma Quintão.