LULAPALOOZA

Anitta provoca Bolsonaro e até Luciano Huck compara censura no Lollapalooza com AI-5

TSE acatou pedido de Bolsonaro e proibiu manifestações políticas no festival após Pabllo Vittar exibir toalha com o rosto de Lula

Anitta se apresentou com Miley Cyrus no Lollapalooza neste sábado (26)Créditos: Twitter/Anitta
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A cantora Anitta, que se apresentou com Miley Cyrus no Lollapalooza neste sábado (26), ironizou o presidente Jair Bolsonaro (PL) após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibir manifestações políticas durante os shows do festival, que ocorre em São Paulo neste fim de semana.

"50 mil? Poxa... menos uma bolsa. FORA BOLSONAROOOOO. Essa lei vale fora do país? Pq meus festivais são só internacionais", escreveu a artista, que recentemente chegou ao número 1 do Spotify no mundo com a música "Envolver".

A medida atende a um pedido feito pelo PL, partido de Bolsonaro, que acionou a Justiça após a cantora Pabllo Vittar levantar uma bandeira com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante sua apresentação na sexta-feira (25).

Na decisão, o ministro considerou a manifestação dos artistas como propaganda político-eleitoral. O magistrado proibiu a realização dos atos sob multa de R$ 50 mil a cada ocorrência.

Gleisi, Boulos, Luciano Huck, Felipe Neto: artistas criticam censura

Outros políticos e artistas também se manifestaram. A deputada federal e presidentA do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman, comparou a situação à ditadura militar brasileira.

"E a democracia? Bolsonaro faz propaganda eleitoral c/ dinheiro público e nada acontece, diz defender liberdade de expressão e quer calar quem protesta. Quero ver calar o povo", escreveu a parlamentar.

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL), chamou o presidente Bolsonaro de “covarde”, e citou as “motociatas” realizadas pelo mandatário.

“Então o miliciano que gasta todo mês milhões de dinheiro público pra fazer campanha de jet ski e passeata de moto quer censurar artistas que declararem apoio a Lula? É covarde demais!”, publicou.

O apresentador Luciano Huck também se posicionou contra a medida e comparou a decisão ao Ato Institucional 5 (AI-5), o mais duro da ditadura militar brasileira

“Num festival de música, quem decide se vaia ou aplaude a opinião de um artista no palco é a plateia e não o TSE. Ou ligaram a máquina do tempo, resgataram o AI-5 e nos levaram pra 1968?”, disse.

Já o humorista Felipe Neto se colocou à disposição para pagar a defesa de artistas que desejarem se manifestar, mas não consigam arcar com a multa. "Caso sejam perseguidos por se posicionarem, nosso movimento Cala Boca Já Morreu se dispõe a ajudá-los com a defesa. Se alguém for condenado e precisar, eu ajudo a pagar essa multa ilegal. Enfrentem!", disse.