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Petroleiros lançam campanha para abrasileirar o combustível e defender permanência da Petrobras

Ação também ocorre em protesto da morte causada pela atual política de dolarização dos preços

Campanha da Federação dos PetroleirosCréditos: Divulgação FUP
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Federação Única dos Petroleiros (FUP) lança, nesta terça-feira (12), a campanha "Vamos abrasileirar o combustível" e em defesa da permanência da Petrobras no Brasil.  A ação também ocorre em protesto da  morte da jovem Angélica Rodrigues, de 26 anos, que sofreu graves queimaduras e faleceu após ter 85% do seu corpo atingido enquanto usava o etanol no lugar do botijão de gás para preparar a sua comida.

"Mais uma vez, por causa da política de preços da Petrobrás, uma pessoa morre ao utilizar álcool para cozinhar”, lamentou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar. Para o dirigente, essas mortes podem ser evitadas, desde que a atual gestão da estatal pare de usar somente a cotação do petróleo e do dólar e passe a considerar também os custos nacionais de produção. “Só assim os combustíveis e GLP serão comercializados a um preço acessível para o povo”, acrescenta. 

Apesar da Petrobras ter anunciado na última semana a baixa de 5,58% no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), esta redução ainda não foi sentida pelo consumidor. Só em março, o quilo do GLP subiu 16% nas refinarias.

“Os aumentos constantes dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis vem levando o povo brasileiro a situações extremas. Volta e meia vemos casos de pessoas que se acidentam utilizando álcool para cozinhar. E a culpa dessa situação desesperadora em que a população se encontra é da política de preços implantada por Temer em 2016 e mantida por Bolsoraro. Produzimos em real e pagamos em dólar para encher o bolso de acionista. Um absurdo! A vida das pessoas fica a cada dia mais difícil. É preciso acabar já com a dolarização e abrasileirar o preço dos combustíveis”, protestou  o diretor de Comunicação da FUP, Tadeu Porto.

Além do alto custo do GLP, o preço dos combustíveis no Brasil é uma das principais fontes de pressão inflacionária. Os aumentos nas refinarias repercutem nos postos de revenda, ou seja, no bolso do consumidor final. De janeiro de 2019 até hoje, a gasolina subiu 155,8%, o diesel 143,2% e o gás de cozinha, 132,2%, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).