RACISMO

VÍDEO: Mulher passa mal e fratura pé após suposto racismo em loja da Renner em Salvador

Caso ocorreu na última sexta-feira (20), mas veio a público após imagens imagens da cliente circularem nas redes sociais; Polícia Civil apura conduta da loja

Mulher denuncia racismo em loja da RennerCréditos: Reprodução / Divulgação redes sociais
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Mais um caso de racismo em loja de departamento foi registrado nos últimos dias. A Polícia Civil da Bahia abriu inquérito para apurar a abordagem de um segurança contra uma mulher negra, que foi acusada de furto na loja da Renner do shopping Bela Vista, em Salvador. Durante a abordagem Fernanda Rodrigues dos Santos, 42,  teria desmaiado e fraturado o pé esquerdo.

Ela relata ter sido vítima de racismo e que sofreu um pico de pressão alta. O inquérito foi aberto na  11ª Delegacia Territorial para apurar a prática de crime de racismo contra a cliente. O caso ocorreu na última sexta-feira (20), mas veio a público após imagens imagens da cliente circularem nas redes sociais. 

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A Renner, por meio de nota, informou que o incidente foi apurado imediatamente, conforme os protocolos para relatos de casos de discriminação, mas que, após verificar as imagens e analisar os fatos, não encontrou evidências das acusações relatadas em relação ao suposto racismo.

Fernanda conta que após pesquisar preços em duas lojas de departamento, ela entrou na Renner para comparar os valores. "Enquanto eu olhava as peças, o segurança abordou uma mulher que havia furtado perfumes. Pouco depois, quando eu saía da loja, ele me acusou de cúmplice dela e mandou eu vazar (deixar o local)", disse a cliente.

Segundo ela, por volta das 14h30, o segurança recebeu uma mensagem pelo rádio e seguiu para a área restrita a funcionários. "Fui atrás dele, mas passaram-se cerca de 40 minutos sem ninguém aparecer", diz.

 Ela então ligou para a irmã, que saiu do trabalho para ajudá-la. Somente após a chegada da irmã, que uma funcionária da loja apareceu para dar explicações, mas informou não saber onde estava o segurança.

"Não podia sair dali sem limpar minha imagem, já estava trêmula. Enquanto conversávamos, tive um pico de pressão. Desmaiei com o rosto no chão. Na queda, fraturei o pé", lembrou. "Nem sequer fui atendida pela loja, mas pelos brigadistas do próprio shopping."

Na opinião dela, o fato de ela ser uma mulher negra, pesou na abordagem.  "Não tenho nenhuma dúvida. Ele (de pele clara) achou que o negro na loja pode roubar."

A Renner diz que "lamenta toda a situação e reforça aos seus clientes e ao público em geral seu comprometimento com a promoção da igualdade racial. Praticamos esses valores em nosso dia a dia."

Diz ainda que "32% do nosso quadro de líderes formado por pessoas negras e a meta pública de aumentar esse número para 50% até 2030. Essas ações reforçam o nosso compromisso na luta antirracista, bem como o respeito e a equidade que aplicamos em todas as nossas relações", diz a nota da empresa.

A marca afirmou que "está disposta a colaborar com as autoridades na investigação".