VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Quem era a Musa do Cruzeiro assassinada pelo ex por ter ido a um show em MG

Thayná Fabri, frequentadora de cavalgadas, era presença constante nos jogos da Raposa por todo o Brasil. Paulo César Júnior já vinha ameaçando jovem e arquitetou plano para pegá-la sozinha

Thayná Fabri, Musa do Cruzeiro assassinada pelo ex-namorado.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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A jovem Thayná Fabri, de 24 anos, que foi assassinada por um ex-namorado na tarde de segunda-feira (30) em Varginha (MG), gerando comoção na cidade mineira, era uma figura presente nos jogos do Cruzeiro Esporte Clube, a Raposa, um dos times de maior torcida do país. Ela também era apaixonada por cavalos e sempre participava das cavalgadas realizadas pelo Estado.

Nas redes sociais, Thayná aparecia sempre uniformizada com a camisa do tradicional time de Belo Horizonte e era uma das musas do time, representando a organizada Nação Azul Varginhense (NAV). “Não tem quantidade de qualidades aqui para identificar o que a é pra gente, significa muito, sempre nos acompanhou no Mineirão, sempre que podia tava ali junto com a gente, guerreira. A gente tem passagens históricas, títulos conquistados no Rio, São Paulo, Belo Horizonte, junto, era uma menina que o amor dela pelo Cruzeiro era inexplicável”, disse Achilles Júnior, presidente da NAV, à reportagem do portal g1.

“Homem nenhum é dono de mulher”, disse ainda emocionado o líder da torcida cruzeirense em Varginha.

A família de Thayná, que deixou um filho de sete anos, estava devastada no velório da jovem, ocorrido às 11h desta terça-feira (31), no Cemitério Municipal de Varginha. Amigas muito abaladas falavam da jovem e diziam-se incrédulas com a tragédia ocorrida no dia anterior.

“Todo dia ela estava alegre, mas naquele dia ela estava mais pra cima, brincando, lavando o sacolão. A gente até brincou com ela, ‘vamos comprar cartela’, e ela falou assim, brincou, hoje não. Aí a gente veio almoçar e logo veio a notícia”, contou Cláudia Batista, uma amiga da vítima.

O crime

Thayná trabalhava com o pai num sacolão de propriedade da família na manhã de segunda (30), quando Paulo César Júnior, o ex-namorado, que segundo a família vinha apresentando um quadro profundo de depressão e agressividade, telefonou para o estabelecimento, sem se identificar, e fez um pedido de entrega falso, por volta da hora do almoço, para que o pai da jovem saísse do comércio e a deixasse sozinha no atendimento.

Com a saída do homem para levar os produtos encomendados pelo assassino, Thayná foi então surpreendida por Paulo, que sacou um revólver e disparou um tiro contra seu peito. Instantes depois, ainda dentro da loja, o autor do homicídio disparou contra si, morrendo também no local.

Conforme pessoas próximas ao feminicida, ele teria ficado ainda mais descontrolado com a ruptura da relação após ver fotos de Thayná num show realizado em Varginha no último fim de semana, no qual ela aparecia sorridente e bem vestida.

Horas antes do crime, Paulo fez postagens nas redes sociais dando sinais de que faria algo, sem, no entanto, ser explícito na mensagem. “Minha mente transborda de ódio a cada dia que passa. Então antes que isso me domine, eu coloco um ponto final”, escreveu.