POLÍCIA INVESTIGA

Criança de 3 anos apresenta sinais de espancamento após ir à escola em MG

Menino tinha corte profundo na cabeça e ferimentos no rosto e nas costas, além de hematomas nas costas. Diretora de unidade municipal disse que ele “sofreu uma queda”

Ferimento na cabeça da vítima.Créditos: Arquivo pessoal
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Izabella Camilo deixou o filho Benício, de três anos, numa EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil) de Brumadinho (MG) na terça-feira (3), como faz todos os dias. Quando foi por volta de 10h40, a diretora da unidade ligou para ela e informou que precisava de sua presença no estabelecimento educacional porque o menino tinha se machucado acidentalmente.

Ao chegar na EMEI Parque das Cachoeiras, Izabella se deparou com Benício cheio de hematomas pelas costas, do lado esquerdo do tórax, ferimentos nos olhos, rosto e nos lábios e um corte profundo na cabeça, muito ensanguentado. Na verdade, a criança já estava sendo atendida no Programa de Saúde da Família (PSF), que fica ao lado da escola pública.

Percebendo que as lesões eram de naturezas diferentes e em áreas distintas do corpo, ela questionou a responsável pela local sobre o que tinha acontecido. “Ele sofreu uma queda”, disse a diretora. Depois, a versão para o ocorrido mudou. A educadora que responde pela Parque das Cachoeiras relatou, pedindo desculpas, que a professora responsável por Benício teria deixado o garoto sozinho por uns minutos, enquanto acompanhava outro aluno no banheiro, e quando voltou o filho de Izabella tinha sido agredido por uma terceira criança, sem, no entanto, dizer quem seria.

A mãe conta que no próprio PSF, onde Benício foi atendido, a médica e a radiologista que fez raio-x no menino a aconselharam a procurar a polícia e proceder com um exame de corpo de delito, que foi realizado no Instituto Médico Legal (IML) de Betim. Segundo Izabella, a expressão usada pelas duas profissionais foi “tortura”, afirmando que algo estava estranho na história contada, já que os machucados não eram compatíveis com uma queda ou com uma agressão única e rápida praticada por outra criança.

"Que criança de 3 anos que corta a cabeça da outra? É uma coisa preocupante. Agora é esperar o laudo sair pra ter a resposta que a gente tanto almeja. Porque se depender da escola, a gente não vai conseguir essa resposta. Se for essa criança que fez isso tudo, quero sim que a coordenação seja responsabilizada porque estão lá para isso", disse a mãe à reportagem do jornal mineiro O Tempo.

A Prefeitura de Brumadinho se manifestou por meio de uma nota e lamentou profundamente o episódio, corroborando a versão apresentada pela diretora a Izabella. "Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a criança sofreu ferimentos após ser agredida por outra, enquanto dormia. De acordo com a direção da Escola, o episódio ocorreu após o educador se ausentar da sala para acompanhar uma outra criança que precisava ir ao banheiro. Na ausência do profissional houve a agressão. Imediatamente, a criança foi socorrida e conduzida ao PSF, localizado ao lado da unidade educacional, para que fossem prestados os primeiros socorros. Posteriormente a criança foi encaminhada para a UPA pela própria equipe educacional", explicou a administração municipal.

O caso foi registrado na delegacia de Brumadinho e a Polícia Civil de Minas Gerais informou que "a investigação segue em andamento, apurando as circunstâncias dos fatos e tão logo os laudos periciais sejam concluídos serão repassadas as informações".