CRIME NA AMAZÔNIA

Polícia Federal confirma que restos mortais são de Dom Phillips

“A confirmação foi feita com base no exame de Odontologia Legal combinado com a Antropologia Forense”, diz nota da PF

Dom Phillips.Créditos: The Guardian
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O exame realizado no Instituto Nacional de Criminalística de Brasília, nesta sexta-feira (17), confirmou, pela arcada dentária, que os restos mortais encontrados nas buscas são mesmo do jornalista britânico Dom Phillips. As informações são da Polícia Federal (PF).

Os restos mortais que seriam do indigenista brasileiro Bruno Pereira e de Dom chegaram a Brasília nesta quinta (16), à noite. Os corpos foram encontrados depois que os suspeitos relataram o local onde tinham enterrado os cadáveres.

“A Polícia Federal, confirma que os remanescentes de Dom Phillips fazem parte do material que foi recolhido no local apontado pelo Sr. Amarildo da Costa Oliveira, que estão sendo periciados no Instituto Nacional de Criminalística. A confirmação foi feita com base no exame de Odontologia Legal combinado com a Antropologia Forense. Encontram-se em curso os trabalhos para completa identificação dos remanescentes, para a compreensão das causas das mortes, assim como para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos”, diz a nota da PF.

De acordo com a PF, a família do jornalista havia encaminhado exames com as características da arcada dentária de Dom, o que auxiliou na identificação.

Após o exame das arcadas dentárias, ainda deve ser realizado um teste de DNA nos restos mortais de Dom para uma segunda confirmação, segundo a CNN. A perícia continua nos restos mortais do outro corpo, que pode ser de Bruno.

PF “ignora informações” ao dizer que não há mandante no crime, diz Univaja

A PF, por meio de uma nota divulgada nesta sexta-feira (17), declarou que as investigações sobre o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips levam a crer que não houve mandante ou organização criminosa envolvida no crime. 

“As investigações apontam que os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito. Por fim, o comitê de crise esclarece que, com o avanço das diligências, novas prisões poderão ocorrer”, diz o comunicado. 

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) criticou a nota da PF e afirmou que a corporação ignora “informações qualificadas”. 

“A Polícia Federal desconsidera as informações qualificadas oferecidas pela Unijava em inúmeros ofícios, desde o segundo semestre de 2021, período de implementação do EVU (Equipe de Vigilância da Univaja). Tais documentos apontam a existência de um grupo criminoso organizado atuando nas invasões constantes à Terra Indígena Vale do Javari, do qual Pelado e Do Santo fazem parte”.