AMAZÔNIA

Caso Dom Phillips e Bruno Pereira: preso perseguiu desaparecidos com seu barco

Na ocasião da prisão, Amarildo da Costa de Oliveira portava cartuchos deflagrados de espingarda calibre 16

Pelado preso em sua própria lancha.Créditos: Arquivo Pessoal
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Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido pelo apelido de Pelado, foi preso nesta terça-feira (7), suspeito de envolvimento com o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. PMs afirmaram que sua lancha foi vista perseguindo o barco em que os dois estavam, depois que eles deixaram a comunidade de São Rafael, em Atalaia do Norte.

Pelado foi preso e trazido para a cidade na própria lancha.

De acordo com testemunhas, a embarcação do suspeito passou em alta velocidade atrás de Bruno Pereira e Dom Phillips tão logo eles deixaram a comunidade São Rafael. Os dois estiveram no local em uma visita previamente agendada, para uma reunião com o líder comunitário apelidado de “Churrasco”, que é tio de Pelado, com o objetivo de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território, bastante afetado pelas intensas invasões.

“Churrasco” foi detido na segunda-feira à noite para prestar esclarecimentos como testemunha e liberado logo depois.

Os dois desaparecidos viajavam com uma embarcação nova, com motor de 40 HP e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem, e 07 tambores vazios de combustível. A lancha de Pelado tem um motor 60 HP e é mais veloz.

Depoimento

Pelado vai prestar novo depoimento nesta quarta-feira e passará por audiência de custódia. Ele permaneceu em silêncio no primeiro interrogatório feito pelos investigadores, em Atalaia do Norte, no Amazonas. 

Na ocasião da prisão, ele portava cartuchos deflagrados de espingarda calibre 16. Os policiais também encontraram com ele uma munição intacta de calibre 762 e uma pequena quantidade de um pó branco, supostamente cocaína.

Contra Pelado pesam denúncias de reiteradas ameaças às lideranças da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

Com informações do Globo