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Alagoas: Chuva alaga favelas em região onde Bolsonaro lançou apartamentos, que estão vazios

Estado tem 51 dos 102 município em estado de emergência por causa das chuvas. Na semana passada, Bolsonaro inaugurou ao lado de Collor e Arthur Lira 106 dos 1.776 apartamentos prometidos, que estão vazios.

Bolsonaro e Collor e a região às margens da lagoa do Mundaú, em Maceió.Créditos: Reprodução TV Globo / Instagram Collor
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As fortes chuvas que caem sobre o estado de Alagoas neste fim de semana deixaram ao menos duas pessoas mortas após o nível de água da lagoa do Mundaú, em Maceió, subir e alagar barracos das favelas da orla lagunar do bairro do Vergel do Lago.

No último dia 28, Jair Bolsonaro (PL) esteve na região e ao lado dos clãs Lira - de Arthur Lira (PP) - e Collor de Mello participou do ato de inauguração de 160 dos 1.776 apartamentos previstos para o Residencial Parque da Lagoa, que seria destinado aos moradores das favelas.

No entanto, todos os apartamentos estão vazios, enquanto a população luta para salvar móveis e pertences com a cheia da lagoa.

Na favela Sururu de Capote, onde foi montado o palco para Bolsonaro - e o prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira (PP-AL), pai do presidente da Câmara, chamou apoiador de "filho da puta" -, moradores reclamam da demora na entrega dos apartamentos.

"O cadastro [para receber um apartamento] está feito, mas a gente não foi contemplado ainda. São 37 anos que moro aqui", relatou o pescador José Soares de Oliveira ao portal Uol.

Situação crítica

As chuvas que caem desde a madrugada de sábado (2) em Alagoas fizeram com que 51 dos 102 municípios decretassem estado de emergência.

Segundo a Defesa Civil, cerca de 40 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas no Estado.

Os bairros da Levada, Vergel, Ponta Grossa, Trapiche e Pontal da Barra, que ficam às margens da lagoa do Mundaú são os mais atingidos.

Em Murici, no interior do Estado, os bombeiros resgataram de helicóptero um bebê e mais 6 pessoas da mesma família pelo telhado da casa. Eles estavam ilhados por causa da chuva que fez o nível do rio Mundaú subir e inundar as ruas da cidade.

A família foi encaminhada para a Creche Maria Salete, que pertence ao município e foi transformada em abrigo temporário para as vítimas da cheia.