As fortes chuvas que caem sobre o estado de Alagoas neste fim de semana deixaram ao menos duas pessoas mortas após o nível de água da lagoa do Mundaú, em Maceió, subir e alagar barracos das favelas da orla lagunar do bairro do Vergel do Lago.
No último dia 28, Jair Bolsonaro (PL) esteve na região e ao lado dos clãs Lira - de Arthur Lira (PP) - e Collor de Mello participou do ato de inauguração de 160 dos 1.776 apartamentos previstos para o Residencial Parque da Lagoa, que seria destinado aos moradores das favelas.
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No entanto, todos os apartamentos estão vazios, enquanto a população luta para salvar móveis e pertences com a cheia da lagoa.
Na favela Sururu de Capote, onde foi montado o palco para Bolsonaro - e o prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira (PP-AL), pai do presidente da Câmara, chamou apoiador de "filho da puta" -, moradores reclamam da demora na entrega dos apartamentos.
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"O cadastro [para receber um apartamento] está feito, mas a gente não foi contemplado ainda. São 37 anos que moro aqui", relatou o pescador José Soares de Oliveira ao portal Uol.
Situação crítica
As chuvas que caem desde a madrugada de sábado (2) em Alagoas fizeram com que 51 dos 102 municípios decretassem estado de emergência.
Segundo a Defesa Civil, cerca de 40 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas no Estado.
Os bairros da Levada, Vergel, Ponta Grossa, Trapiche e Pontal da Barra, que ficam às margens da lagoa do Mundaú são os mais atingidos.
Em Murici, no interior do Estado, os bombeiros resgataram de helicóptero um bebê e mais 6 pessoas da mesma família pelo telhado da casa. Eles estavam ilhados por causa da chuva que fez o nível do rio Mundaú subir e inundar as ruas da cidade.
A família foi encaminhada para a Creche Maria Salete, que pertence ao município e foi transformada em abrigo temporário para as vítimas da cheia.