NA JUSTIÇA

Feminicídio: sobrinho de Bolsonaro vai a júri popular por tentar matar ex-esposa

Orestes Bolsonaro Campos, conhecido como Orestinho, é filho de uma irmã do presidente e é acusado de tentar matar a ex-esposa e o atual companheiro dela

Orestes Bolsonaro Campos, sobrinho do presidente.Créditos: Reprodução/Arquivo Pessoal
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Orestes Bolsonaro Campos, sobrinho de Jair Bolsonaro (PL), vai a júri popular. Ele é acusado de tentativa de feminicídio contra a ex-esposa. A decisão foi da Justiça de São Paulo. Orestinho, como é conhecido, nunca disputou cargo público e é filho de Denise Bolsonaro Campos, irmã do presidente da República.

Segundo a denúncia, ele entrou na casa da ex-esposa, com quem viveu por 17 anos, e tentou matá-la e ao atual companheiro dela.

O caso ocorreu em outubro de 2020 em Cajati (SP), alguns meses após a separação do casal. A data do julgamento ainda não foi marcada.

O Ministério Público (MP) pede que o sobrinho de Bolsonaro seja condenado por tentativa de homicídio com quatro circunstâncias qualificadoras, uma delas contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. Orestes responde, ainda, a um segundo processo, por lesão corporal, conforme o UOL.

Conforme a denúncia do MP, o sobrinho do presidente agiu por motivo fútil

“O denunciado agiu mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas, pois atacou-as de madrugada, enquanto elas dormiam, entrando na casa onde estavam com uma chave que lhe fora confiada, sem precisar fazer barulho. Em seguida, o denunciado passou a desferir golpes no homem com um pedaço de madeira, fazendo com que o ofendido desfalecesse. A ex-mulher, então, segurou Orestes, que portava uma arma de fogo, enquanto o namorado se restabelecia”, aponta denúncia do MP.

“O denunciado sacou o seu revólver e, nesse momento, o homem entrou em luta corporal com ele, permitindo que a vítima pegasse seu filho de colo e saísse de casa para chamar a polícia. Durante a briga, Orestes ainda quebrou um copo de vidro na cabeça do homem, realizou um disparo de arma de fogo que não atingiu o ofendido por erro de pontaria, bem como mordeu-o no braço, mas ele conseguiu se evadir quando o denunciado caiu no chão”, destaca o MP, segundo a Veja.

Em seu perfil no Facebook, existem publicações de apoio às ideias de Bolsonaro, especialmente sobre a pandemia da Covid-19. Até 2021, Orestes foi sócio de um clube de tiro em Cajati.