RIO DE JANEIRO

Jerominho, um dos maiores milicianos do RJ, é morto a tiros

Ex-vereador esteve preso acusado de fundar e liderar a Liga da Justiça, primeira milícia da região; crime aconteceu em Campo Grande, na zona oeste da cidade

Jerominho durante live no Facebook.Créditos: Reprodução / Facebook
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O ex-vereador, ex-policial civil e histórico miliciano do Rio de Janeiro Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, foi morto a tiros na tarde desta quinta-feira (4) nas ruas de Campo Grande, na zona oeste da cidade. De acordo com testemunhas, ele caminhava na rua quando foi baleado na perna e no abdômen por homens que passaram de carro portando fuzis. Ele tinha 73 anos.

Em vídeo divulgado no Twitter, registrado logo após o crime, o homem que estava gravando confirma a identidade de Jerominho e diz que “o carro passou e sentou-lhe o dedo”.

 

 

Jerominho foi levado para o Hospital Oeste D’Or ainda com vida, mas morreu em seguida por conta dos ferimentos. A morte foi confirmada à imprensa pelo advogado da família. Seu cunhado, também baleado, está no Hospital Rocha Faria e apresenta quadro estável.

Vereador do Rio de Janeiro pelo PMDB por dois mandatos, entre 2000 e 2008, Jerominho ficou conhecido por terminar o segundo mandato na cadeia. Ele foi um dos 227 indiciados pela CPI das Milícias em 2008, e ficou 11 anos preso por haver criado e liderado a Liga da Justiça em 1995. A organização é conhecida como a primeira milícia de Campo Grande, local de vida e morte para Jerominho. Entre seus crimes estariam listados homicídios, extorsões e comercialização ilegal de gás e água.

Solto no final de 2018, no ano seguinte flertou com a possibilidade de sair candidato para deputado federal nas eleições deste ano. Em 2020, a família de Jerominho foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que teria descoberto o interesse familiar em ocupar cargos no Executivo e no Legislativo, a fim de recuperar poder e prestígio na região.

Um ano depois, em dezembro passado, ele acabou preso novamente durante operação da Polícia Civil, acusado de ser o responsável por extorsões a motoristas de vans na mesma região. A nova prisão acabou revogada uma semana por se tratar de crime ocorrido em 2005, do qual ele já havia cumprido a respectiva pena.