ASSASSINATO

PM que matou campeão de jiu-jitsu já tem condenação por agressão a soldado

Henrique Otávio Velozo foi condenado em segunda instância, em 2021, a nove meses de prisão por desacatar e agredir com socos e chutes outros soldados

O tenente Henrique Otávio Oliveira Velozo.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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Henrique Otávio Oliveira Velozo, de 30 anos, o tenente da Polícia Militar (PM), que assassinou o campeão de jiu-jitsu Leandro Lo, de 33 anos, com um tiro na cabeça, já tem uma condenação por agredir outros militares, em 2017. O crime ocorreu na madrugada deste domingo (7) e ele está preso após se entregar.

Conforme a sentença, Velozo desacatou e agrediu com socos o soldado da PM Flávio Alves Ferreira. Por isso, foi condenado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça Militar, em 13 de maio de 2021, a nove meses de prisão em regime aberto.

De folga e em trajes civis, o tenente estava com o primo e também soldado da PM, Iury Oliveira do Nascimento, na casa noturna The Week, em São Paulo, no dia 27 de outubro de 2017. Velozo festejava o ingresso do primo na corporação, de acordo com informações da coluna de Josmar Jozino, no UOL.

De madrugada, Iury foi agredido por sete rapazes e o tenente tentou defendê-lo. Ambos se machucaram. A PM foi chamada. Flávio e o soldado Francisco foram os primeiros a chegar.

Em depoimento à Junta Militar, Flávio afirmou que Velozo estava “nervoso, alterado e com odor alcoólico”. O soldado tentou conversar, mas acabou levando um soco em um dos braços e outro de raspão na região do maxilar.

Outras viaturas da PM foram acionadas. Em seguida, Velozo tentou dar chutes nos colegas. Além de tudo, ainda desacatou um oficial. Depois, acabou contido, desarmado e levado ao Hospital da Polícia Militar para ser submetido a exame de corpo de delito.

O Conselho Especial de Justiça absolveu Velozo das acusações de "agressão e de ofensa à integridade ou saúde de outrem", em setembro de 2020. Contudo, foi condenado a seis meses por desacatar um oficial.

O Ministério Público (MP) recorreu e, no julgamento de maio de 2021, Velozo foi condenado em segunda instância pelos crimes de agressão a inferior (subordinado) e desacato ao oficial.

Veja trecho do BO sobre a morte de Leandro Lo

Um dos maiores nomes do jiu-jítsu mundial, Leandro Pereira do Nascimento Lo, o Leandro Lo, foi baleado e morto dentro do Clube Sírio, no bairro de Indianópolis, na Zona Sul de São Paulo. O crime foi na madrugada deste domingo (7). O lutador levou um tiro na cabeça depois de uma discussão durante um show de pagode dentro do clube. 

O autor do disparo foi o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, segundo boletim de ocorrência. Veja o trecho do BO divulgado pelo portal:

"Preliminarmente, trata-se de ocorrência envolvendo o multicampeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo Pereira do Nascimento e o policial Militar Henrique Otávio Oliveira Velozo. Conforme relatam as testemunhas, o policial Henrique, após breve discussão, se dirigiu à mesa da vítima Leandro, pegando uma garrafa da mesa, em ato contínuo a vítima se levantou, tirou a garrafa da mão do autor e, em golpe de luta, o derrubou e imobilizou. Neste momento, colegas da vítima separaram ambos e pediram ‘para deixar isso quieto’. O autor, após se levantar, deu a volta na mesa e, de fronte a vítima, sacou sua arma e desferiu disparo, o qual atingiu a região frontal da cabeça da vítima (testa, lado esquerdo)”.

Segundo o advogado da família, Ivã Siqueira Junior, após o tiro, o assassino ainda deu dois chutes em Leandro no chão e fugiu em seguida.

Leandro Lo conquistou oito Mundiais de jiu-jítsu, cinco Copas do Mundo, oito Pan-Americanos, entre outros títulos.