AMADORISMO

O "deslize" dos golpistas invasores do Congresso que permite às autoridades saber onde estão

Bolsonaristas radicais que promoveram terrorismo na Câmara foram identificados por rastro deixados por eles mesmos e devem ser presos em breve

41 golpistas que invadiram a Câmara foram identificados por dados de conexão à rede Wi-Fi da Casa.Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), revelou nesta terça-feira (31), em entrevista à GloboNews, que 41 golpistas que invadiram o Congresso Nacional durante os atos terroristas de 8 de janeiro foram identificados por um rastro deixado por eles mesmos. 

Esses radicais, ao longo da depredação, se conectaram à rede de Wi-Fi pública da Câmara. Quando se conectam ao sistema de internet, esses usuários expõem o IP de seus celulares e outras informações pessoais, que já estão sob posse da Polícia Legislativa e que foram encaminhadas por Lira à Procuradoria-Geral da República (PGR). 

“Essas pessoas, quando entraram na Câmara, captaram o sistema de Wi-Fi e Câmara está com todos os IPs dos usuários. Eles vão ter que justificar o que estavam fazendo”, disse o parlamentar, garantindo que os dados foram repassados à PGR para que os golpistas sejam localizados, investigados e punidos. 

Mais 225 golpistas denunciados; presos passam dos mil

A Procuradoria-Geral da República apresentou nesta segunda-feira (30) a sexta denúncia em relação aos ataques bolsonaristas contra as sedes dos três poderes da República no dia 8 de janeiro. Dessa vez, 225 bolsonaristas presos no acampamento armado diante do Quartel-General do Exército na capital federal foram formalmente acusados pela arruaça e respondem a ações penais. O total de extremistas denunciados chegou a 479.

Todos os denunciados estiveram presos nas últimas semanas no Complexo Penitenciário da Papuda, no caso dos homens, e na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia. Na última semana o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, chegou a conclusão de que há evidências da prática de crimes por parte do grupo.

Os 225 bolsonaristas são acusados de associação criminosa e incitação ao crime. A pena para o crime de incitação pode variar de três a seis meses. Já a pena para associação criminosa pode variar entre três e oito anos. Ambas ainda preveem multa. A PGR não divulgou os nomes dos denunciados.

Assinada pelo subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, a denúncia pede que os diferentes crimes sejam apurados separadamente e suas penas somadas. À frente do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, Santos aponta na denúncia a importância da estrutura montada no acampamento do QG de Brasília e pede que, além do processo criminal, os denunciados também paguem indenizações pelos danos ao patrimônio público.

Ao todo, 1.984 pessoas foram presas após o levante terrorista. Deste total, 1.030 permanecem encarceradas no Complexo Penitenciário da Papuda e na Penitenciária Feminina Colmeia, ambas no Distrito Federal.