Nesta quarta-feira (8), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação da concessionária privada de energia elétrica Enel.
A medida ocorre cinco dias após temporal que deixou milhares de imóveis sem luz por dias na capital paulista. Até a terça-feira (7), 200 mil imóveis ainda estavam sem luz. No mesmo dia, o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, culpou o “vento absurdo” pelo caos na cidade.
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CPI aprovada
A CPI foi proposta em requerimento de autoria do vereador João Jorge (PSDB), assinado por outros 17 vereadores. No documento, o político destaca a demora para reaver a energia elétrica na cidade e os consequentes “danos e prejuízos causados”.
João Jorge defendeu que a situação atual é “apenas a culminação de uma série crescente de problemas enfrentados pelo consumidor paulistano em relação ao fornecimento de energia”, destacando o fato de que, desde que assumiu o controle da distribuição de energia elétrica de São Paulo em 2018, a Enel reduziu em 36% o seu quadro de funcionários.
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A Comissão terá prazo de 120 dias e será instalada nesta quinta-feira (9). João Jorge presidirá e Elaine do Quilombo Periférico (PSOL), Jorge Wilson (Republicanos), Milton Ferreira (Podemos), Ricardo Teixeira (União), Senival Moura (PT) e Thammy Miranda (PL) serão os outros seis integrantes.
Protestos contra Enel
Na noite da terça (7), moradores paulistas interromperam a avenida Giovanni Gronchi, na região do Morumbi, entre as zonas oeste e sul de São Paulo, e a rodovia Raposo Tavares, em Cotia, na região metropolitana, para protestar contra a falta de luz.
Na manhã do mesmo dia, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizou uma manifestação em frente à sede da Enel, exigindo a responsabilização da concessionária pelos prejuízos causados à população do estado.
A Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, deu um prazo de 24 horas para a Enel apresentar as justificativas do apagão. Já o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) estudam uma taxa para enterrar os fios e um possível ressarcimento aos consumidores afetados.