FUGITIVO

Playboy bolsonarista que esperneou com fim de acampamento golpista em BH está foragido

Esdras Jônatas dos Santos teve a prisão decretada pela Justiça, mas fugiu para Miami; advogado deixou o caso por quebra de confiança

O empresário bolsonarista Esdras Jonatas dos Santos, que está foragido da Justiça.Créditos: Reprodução
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O empresário Esdras Jônatas dos Santos, que ganhou fama em 6 de janeiro ao cair no choro e espernear durante operação da Guarda Civil de Belo Horizonte (MG) para desmontar o acampamento golpista que funcionava em frente a um quartel do Exército na capital mineira, está foragido da Justiça

Considerado um "playboy", já tendo desfilado pelo acampamento com seu carro da marca alemã Porsche, Esdras teve sua prisão decretada sob a acusação de ter incentivado agressões contra repórteres na mobilização golpista em BH no dia 5 de janeiro. A Polícia Civil encampou operação nesta quarta-feira (15) para prender o empresário, mas não o localizou. 

Segundo Ramon dos Santos, que atuava como advogado do bolsonarista, Esdras está em Miami, nos EUA. O defensor, entretanto, informou por meio de nota que deixou o caso por quebra de confiança por parte do empresário. 

Playboy alegou pobreza para não pagar custas de ação judicial 

Horas após a prefeitura de Belo Horizonte (MG) desmontar acampamento golpista de apoiadores radicais de Jair Bolsonaro (MG) em frente a quartel do Exército, no dia 6 de janeiro, o juiz de primeira instância Wauner Batista Ferreira Machado proferiu decisão liminar autorizando um dos líderes do ato antidemocrático, o empresário Esdras Jônatas dos Santos, a retomar o "protesto" e obstruir a via. No dia seguinte a decisão foi derrubada. 

Esdras, que tem empresa na área têxtil, é um "playboy" que possui um carro alemão Porsche, cujo modelo mais barato é avaliado em R$ 439 mil. Ele chegou, inclusive, a desfilar com o veículo pelo acampamento golpista. Apesar disso, o bolsonarista, ao entrar com a ação na Justiça para poder retomar o ato, alegou que é pobre e pediu gratuidade judiciária, sob o argumento de que não tem "condições de arcar com as despesas processuais sem obter prejuízo de seu próprio sustento e de sua família".

Fim do acampamento golpista

A tão esperada intervenção chegou nesta sexta-feira (6) ao acampamento armado por extremistas apoiadores de Jair Bolsonaro que, desde a derrota nas urnas, clamam por um golpe em frente ao Comando da 4º Região Militar do Exército, na avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte. 

Não foi exatamente como os golpistas planejavam. A intervenção foi feita via Guarda Municipal da capital mineira após dezenas de reclamações sobre a obstrução do trânsito no local.

A ação dos agentes da prefeitura, que desmontaram os barracos e andaimes, provocou um chilique coletivo entre os golpistas, que se recusavam a deixar o local, gritando que só faria isso "se o Exército mandar".

As cenas pitorescas foram parar nas redes sociais por meio de diversos vídeos em que os golpistas aparecem chorando e rezando.

A ação da Guarda Municipal, que contou com ajuda da Procuradoria-Geral do Município e da Subsecretaria Municipal de Fiscalização, acontece um dia depois que um fotógrafo do jornal Hoje em Dia foi agredido pelos golpistas no acampamento.

Segundo o jornal, o fotógrafo foi perseguido enquanto fazia fotos de longe. Ele chegou a se esconder atrás de um carro, mas foi arrastado pelo chão e agredido com socos e pauladas. Ainda de acordo com o veículo, a câmera usada por ele foi levada pelos agressores, e as lentes, destruídas.