BRUTALIDADE GRATUITA

Novas imagens mostram que chacina de Sinop teve outra “motivação”

Câmera do bar, com áudio, mostra partidas de sinuca perdidas por Edgar Ricardo de Oliveira, pagamento da aposta e cada segundo da fatídica terça-feira de carnaval

Créditos: Reprodução/Twitter
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Passada uma semana da brutal chacina ocorrida na terça-feira de carnaval (21) em Sinop, no Mato Grosso, em que sete pessoas morreram a tiros de escopeta calibre 12, entre elas uma menina de 12 anos, baleada pelas costas, a Polícia Civil mato-grossense, testemunhas sobreviventes e novas imagens da câmera de segurança do bar onde ocorreu a tragédia, obtidas pela TV Globo, mostram que não há dúvida: a tal motivação para a carnificina, uma suposta chacota dirigida a Edgar Ricardo Oliveira, de 30 anos, e a seu amigo Ezequias Souza Ribeiro, 27 anos, que perderam uma aposta de R$ 4 mil, nunca existiu.

As imagens revelam que desde a hora do almoço Edgar e Getúlio Rodrigues Frazão Júnior disputavam partidas de sinuca no estabelecimento, apostando dinheiro. Segundo a reportagem da TV Globo, Edgar e Getúlio, assim como o dono do bar, Maciel Bruno de Andrade Costa, eram como “jogadores profissionais”, de alto nível, e disputavam campeonatos por todo o estado. A matéria mostra que todos que estavam no estabelecimento se conheciam e que durante todo o dia jamais houve uma discussão sequer, momento de tensão, piadas ou gozação com quem quer que fosse. Após perder os R$ 4 mil, Edgar retorna no período da tarde e chama tranquilamente Getúlio para um novo confronto, sem anormalidade alguma.

Pessoas que estavam no bar se afastam da mesa onde acontecia a disputa. Algumas olhavam o jogo de maneira desinteressada e outras sequer se preocupavam com a partida. Após errar a tacada final, num erro primário, Edgar se irrita e larga o taco, dando sinal para que Ezequiel sacasse a pistola que levava na cintura e rendesse todos os presentes. Absolutamente nada ocorre no bar. Não há piada, deboche, risos ou qualquer outra reação.

Do outro lado, inclusive, muita gente demora a entender o que está se passando. Edgar retorna da picape, então, com a calibre 12 e passa a executar uma a uma as vítimas, começando por Maciel Bruno, o dono do bar, atingido quase à queima-roupa no rosto.

Para os responsáveis pela investigação, o único “motivo” para o crime foi a inconformidade e a irritação de Edgar, que teriam perdido uma sequência de 13 partidas para Getúlio, o que é confirmado por Luiz Ricardo Barbosa e Raquel Gomes de Almeida, únicos dois sobreviventes do massacre, um porque correu a tempo e a outra porque a munição dos assassinos havia acabado.

Segundo os dois, não ocorreu rigorosamente coisa alguma durante todo o dia no bar de Sinop, exceto a irritação de Edgar por ter perdido as disputas na mesa de sinuca, o que o fez tirar a vida de sete pessoas de maneira fria e cruel.