E.E. THOMAZIA MONTORO

Massacre em escola de SP foi anunciado nas redes sociais; Polícia investiga perfis

A partir das interações nas postagens, polícia acredita na participação de terceiros e não descarta a ajuda de alunos da própria escola

Massacre em escola de SP foi anunciado nas redes sociais; Polícia investiga perfis.A partir das interações nas postagens, polícia acredita na participação de terceirosCréditos: Reprodução
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O adolescente de 13 anos que realizou um ataque a facadas na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, na manhã desta segunda-feira (27), usou as redes sociais horas antes para anunciar a ação.

No último domingo (26) ele usou um perfil fechado do Twitter para perguntar a pares se deveria ou não realizar a ação.

“Vocês acham que faço amanhã e vê o que vai acontecer sem um armamento decente ou não?”, questionou.

A publicação teve pelo menos 7 interações, entre curtidas e comentários. Horas depois, já na manhã desta segunda-feira, fez o anúncio: “Irá acontecer hoje, esperei por esse momento a minha vida inteira, tomara que consiga alguma ‘kill’ pelo menos. Minha ansiedade começa a atacar por causa disso, enfim… me desejem sorte”, escreveu.

A nova publicação obteve ao menos 4 curtidas e um comentário. Um outro usuário comemorou a decisão. “Parabéns. Me sinto honrado por ter sido seu amigo e mentor durante esse tempo. Sinto orgulho de você. Estamos juntos”, escreveu. A conta foi retirada do ar após a divulgação do caso.

Polícia investiga perfis

Ao tomar conhecimento das postagens e das interações realizadas, a Polícia Civil investigará todos os perfis que interagiram com o adolescente. O anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, em coletiva de imprensa.

“Já sabemos que este garoto estava planejando fazer o atentado com uma arma de fogo e não conseguiu. Ele relatou isso formalmente aos policiais civis e militares que atenderam a ocorrência. Sobre as publicações feitas no Twitter, nós só conseguimos ter acesso quando acessamos o celular dele, porque a página era restrita. Quem tinha acesso era somente ele e os usuários amigos dele. Não era algo público, então, na prática, não tínhamos como antecipar”, afirmou.

De acordo com o secretário, as investigações acreditam que o adolescente tenha sido ajudado por terceiros, e não descartam a eventual participação de alunos da própria escola. “Colegas dessa rede social tinham consciência de tudo o que viria a acontecer, até pelas curtidas e comentários na postagem dele. Isso será objeto de apuração da Polícia Civil e, sendo menor de 18 anos, os responsáveis também serão chamados para depor. Mais gente estava sabendo? Os pais teriam alguma noção de que isso poderia acontecer? Tudo será investigado”, concluiu.

O ataque anunciado e executado deixou uma vítima fatal, a professora Elizabeth Tenreiro, de 71 anos, além de outras 4 pessoas feridas – duas professores e dois alunos. O adolescente foi apreendido.