TRAGÉDIA

Chacina do Guarujá: apenas uma guarnição da PM usava câmeras e imagens não foram divulgadas

Presidente do Condepe ainda afirmou à Fórum que Tarcísio incentiva continuidade da chacina na Baixada Santista

Presidente do Condepe, Dimitri Salles, afirma que governador incentiva esse tipo de práticaCréditos: Cristóvão Bernardo/OAB
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Em entrevista ao programa Fórum Café desta terça-feira (1), o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Dimitri Salles, relatou uma situação absolutamente grave em relação à segurança na Baixada Santista.

Desde o fim de semana, a Polícia Militar comandado uma operação com objetivo de vingar a morte do policial Patrick Reis, que foi assassinado na última quinta-feira.

Até o momento, foram 10 mortes contabilizadas entre sábado e segunda, em uma ação que contou com mais de 600 policiais.

O presidente do Condepe afirmou que apenas uma das guarnições utilizadas pela PM na Baixada Santista contou com o uso das câmeras de segurança, que permitem observar o que aconteceu no momento da ação policial.

Ao todo, a PM disparou 34 vezes em 42 horas de operação no Guarujá. Em apenas uma morte consta o uso de câmeras de segurança da polícia: Rogério Andrade de Jesus, 39, foi assassinado com um tiro de fuzil após se recusar a soltar uma arma que empunhava frente a um sargento da brigada.

"Apenas uma guarnição estava com as câmeras de segurança. A gente não teve acesso a essas imagens. E não temos informações de que essas imagens estavam preservadas. De qualquer maneira, se apenas um destacamento estava com as câmeras, é seguro de que não teremos as imagens que comprovem os excessos dos policiais", explicou Dimitri.

Ele relatou também que os oito boletins de ocorrência observados pelo Condepe têm praticamente a mesma narrativa, com uma reação das vítimas à ação das polícias.

Tarcísio incentivou chacina

Na visão do presidente do Condepe, a ação da polícia deve ser considerada uma chacina e, para ele, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), incentivaram as mortes na Baixada Santista.

"Dessa vez, como das outras vezes, com aval do governador do estado de SP. O governador saiu ontem à mídia para legitimar a ação da Polícia Militar", disse. "O governador, ao montar essa operação com a presença física do próprio secretário de seu gabinete na cidade do Guarujá, orienta que ocorra uma chacina", completou Salles em entrevista ao Fórum Café.

"No dia de ontem ao se manifestar dizendo que não houve excessos sem se fazer qualquer apuração, o governador está legitimando a continuidade dessa prática violenta que é a prática da chacina", complementou.

Confira a entrevista completa de Dimitri Salles no Fórum Café desta terça-feira: