CRUELDADE

VÍDEO: O último registro de Julieta, artista venezuelana estuprada e morta no AM

Alegre e meiga, ela foi vítima de uma barbaridade indescritível. Casal acusado pelo crime teve a prisão preventiva decretada pela Justiça

A artista e cicloativista venezuelana Julieta Hernández, assassinada no AM.Créditos: Twitter/Reprodução
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A artista e cicloviajante venezuelana Julieta Hernández, estuprada e assassinada brutalmente no interior do Amazonas, teve aquele que pode ser seu último registro viva divulgada nas redes sociais. É um vídeo em que ela aparece com sua bicicleta personalizada e equipada sendo abordada por um ciclista brasileiro, com quem na sequência bate um breve papo sobre suas andanças. Ela desapareceu dia 23 de dezembro, enquanto pernoitava numa rede numa área erma do município de Presidente Figueiredo e seu corpo só foi encontrado na última sexta (5).

O brasileiro, de forma cortês, aborda a artista e passa então a filmá-la. Ele narra rapidamente a cena da chegada de Julieta e então dá boa tarde, pergunta como ela está e de onde está vindo, além de sua nacionalidade.

“Boa tarde! Tudo bem, e você? Agora (venho) da rota da 010, desde Itaquatiara, mas eu venho do Rio de Janeiro pedalando... Sou venezuelana”, responde a venezuelana num português impecável, de forma alegre e meiga. Ela ainda brinca quando o ciclista pede para que mostre sua bike. “Tá toda bagunçada”, diz, rindo.

Veja o vídeo:

Crime brutal

De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), um corpo foi encontrado no início da noite de sexta-feira (5) na região da mata de Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. O cadáver estava próximo do local onde a polícia achou partes da bicicleta usada por Julieta Hernández, artista e cicloviajante que estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro.

Segundo o delegado da 37ª Delegacia de Polícia, Valdinei Silva, o casal preso por suspeita de envolvimento na morte de Julieta Hernández confessou o crime.

O casal foi identificado como Thiago Agles da Silva, 32, e Deliomara dos Anjos Santos. De acordo com o depoimento prestado, ao qual o jornal A Crítica teve acesso, eles revelaram que o objetivo era roubar o celular de Julieta, que estava em uma rede do lado externo da casa deles, mas não deu certo e terminou com o assassinato da mulher.

Segundo o Boletim de Ocorrência registrado na 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), na madrugada do dia 23 de dezembro, o casal queria roubar o celular da vítima, que estava dormindo na rede, fora da residência, quando foi acordada por Thiago, que, de acordo com o depoimento, estava alcoolizado e sob efeito de drogas.

O homem acordou a vítima e a ameaçou com uma faca e exigiu que ela entregasse o celular. Em seguida, ele arrastou a mulher para dentro da casa e lá ela revelou que o aparelho estava na rede. Deliomara foi até a rede e pegou o celular e, quando voltou para dentro da casa, o companheiro da mulher estava estuprando a vítima.

Com ciúmes, Deliomara jogou álcool em seu marido e na vítima e ateou fogo em ambos. Thiago apagou o fogo e saiu para buscar ajuda médica. Neste momento, a mulher agarrou a artista venezuelana e a enforcou com uma corda até a morte.

Por volta das 3h do dia 23 de dezembro de 2023, Deliomara, após matar Julieta, a enterrou em uma cova rasa e cobriu o corpo da vítima com vegetação e entulhos.

O casal foi preso na noite desta sexta-feira (5) após os policiais civis encontrarem os pertences de Julieta próximo da casa de acolhimento. O caso segue em investigação pela Polícia Civil.

Prisão preventiva decretada

O juiz Laossy Amorim Marquezini converteu a prisão do casal Thiago Agles da Silva, 32, e Deliomara dos Anjos, 29, que estupraram e assassinaram a artista venezuelana Julieta Hernández, em prisão preventiva "para preservar a ordem pública".

Em sua decisão, o magistrado afirma que Thiago tentou fugir. "Quanto ao custodiado Thiago Agles da Silva, há informação de que ele teria tentado se evadir do local, pelo que imperiosa sua prisão para a garantia da aplicação da lei penal", determinou o juiz.

"Homologo a prisão em flagrante de Deliomara dos Anjos e Thiago Agles da Silva e a converto em prisão preventiva, o que faço para preservar a ordem pública", escreveu o juiz Laossy Amorim Marquezini.

Dessa maneira, o casal, que ainda está preso na carceragem da 37ª Delegacia Interativa de Polícia de Presidente Figueiredo (AM), deve ser transferido em breve para o Presídio de Manaus.

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