SAÚDE DO CÉREBRO

Cinco hábitos importantes para prevenir o Alzheimer, de acordo com especialista

Mudanças práticas podem ajudar a retardar e prevenir a degeneração cognitiva do cérebro; saiba como

Atividade de leitura para idosos.Créditos: free source
Escrito en BRASIL el

De acordo com um estudo publicado na revista The Lancet, pelo menos 60% das pessoas afetadas por doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, está no Sul Global. No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que há pelo menos 1.2 milhão de pessoas afetadas pela doença. 

Apesar de estar relacionada a fatores genéticos, o Alzheimer também pode ser influenciado por hábitos cotidianos — tanto bons como ruins. Práticas que estimulam o desenvolvimento da doença envolvem o uso de substâncias tóxicas, como álcool e tabaco, além de um estilo de vida sedentário e do consumo de alimentos altos em gordura, açúcar e ultraprocessados.

Mas há também aqueles hábitos capazes de tornar a doença menos ameaçadora, evitando a degeneração cognitiva do cérebro e estimulando boas reações do organismo que podem potencializar a atividade neuronal. 

De acordo com Custódio Michailowsky, neurologista ouvido pela CNN, hábitos ruins estimulam o "envelhecimento precoce das células do cérebro" e o "encurtamento de telômeros", que são as estruturas do cromossomo capazes de proteger o DNA das células. 

Já hábitos saudáveis, especialmente cinco medidas cotidianas poderosas, podem retardar o surgimento da doença e até fazê-la menos potente, por fortalecerem o organismo e o cérebro contra a degeneração cognitiva. Cinco dos hábitos mais relevantes seriam, de acordo com Michailowsky:

1) A prática regular de exercícios físicos, que estimulem a resistência muscular, a força e a densidade óssea. Esses exercícios são principalmente aeróbicos, como caminhadas e corridas, e podem também envolver exercícios de intensidade moderada, como a musculação;

2) A alimentação saudável, principalmente a dieta de estilo mediterrâneo (MIND), considerada antioxidante e estimulante cerebral. Essa dieta é rica em ômega-3 e outros nutrientes importantes para a atividade cerebral, como o zinco, o selênio e o alumínio;

3) Ter uma boa qualidade de sono. Uma média considerada adequada é de seis a oito horas de sono, diz Michailowsky, mas seis horas já estão no limiar da insuficiência. Estudos indicam que dormir menos de seis horas pode aumentar em até 30% o risco de demência em idosos;

4) Estimular o cérebro com a prática de atividades intelectuais e que incentivem a cognição. Jogos e quizzes, atividades relacionadas à estratégia e ao estímulo do pensamento, como cálculo e quebras-cabeças, são importantes para manter a atividade neuronal "em dia", diz o especialista, e podem ajudar a retardar seu declínio;

5) Manter uma boa higiene bucal. Impressionantemente, a boca e o cérebro estão relacionados: a presença de bactérias bucais que causam inflamação gengival, conhecida como "gengivite", podem ser prejudiciais ao cérebro e levar à perda de memória em função de uma enzima tóxica liberada pelas bactérias. Manter uma boa saúde bucal é, portanto, uma prática importante para garantir o bom funcionamento do cérebro.