Fernando Sastre de Andrade Filho, 24 anos, conhecido como o Playboy do Porsche, teve a prisão preventiva decretada nesta sexta-feira (3). Ele é acusado de matar o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, após dirigir supostamente embriagado e, segundo a perícia, a 156 km/h, quando a máxima permitida na via era de 50 km/h.
Ele, no entanto, não se entregou até o momento, foi considerado foragido pela Justiça e fez, através de sua defesa, um pedido. Sastre quer ficar preso em Tremembé 2, conhecida como “Cadeia dos Famosos”.
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Seus advogados dizem temer por sua segurança, por conta da repercussão do caso na mídia. Para lá são levados presos conhecidos, como o ex-jogador Robinho, Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Gil Rugai e Lindemberg Alves.
Jonas Marzagão, advogado de Sastre, diz pretender despachar com juiz responsável na segunda-feira, para que o empresário seja levado à P2 de Tremembé. “Primeiro, quero ter uma segurança. Pelo que vi, pela minha experiência, estou preocupado de que ele vá parar em qualquer lugar”, diz. “Em pouco tempo, ele estará cumprindo a ordem [de prisão], mas com segurança”, afirma.
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Relembre o caso
Em 31 de março Sastre dirigia a 114,8 km/h na Avenida Salim Farah Maluf, cujo limite é de 50 km/h, quando colidiu na traseira do veículo do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, resultando na sua morte imediata.
O juiz de primeira instância, Roberto Zanichelli Cintra, negou o pedido de prisão preventiva feito pela promotora Monique Ratton, que alegou que Fernando dirigia em alta velocidade e sob efeito de álcool, segundo testemunhas. O MP também apontou que o réu influenciou uma testemunha a depor a seu favor, desrespeitando uma medida cautelar.
O acidente fatal foi gravado por câmeras de segurança, e as investigações apontam que o motorista já esteve envolvido em outros acidentes de trânsito, sempre em alta velocidade.
A conduta de dois policiais militares que atenderam à ocorrência do acidente envolvendo o Porsche está sob investigação da Corregedoria da Polícia Militar de SP. Eles liberaram Fernando Sastre de Andrade Filho, o condutor do veículo, sem realizar o teste do bafômetro, aparelho essencial para verificar a presença de álcool no organismo.
Segundo imagens das câmeras corporais dos policiais, um deles conversou com um bombeiro que prestou socorro, confirmando que o empresário havia ingerido bebidas alcoólicas.
A mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, interveio na situação, persuadindo os PMs a liberarem seu filho com a promessa de levá-lo para um hospital, alegando que ele estava ferido na boca. No entanto, nem Fernando nem sua mãe buscaram atendimento médico.
O relatório final do 30º Distrito Policial (DP), Tatuapé, indicou que Daniela teria ajudado Fernando na fuga, mas não a indiciou pelo crime. O Ministério Público também não responsabilizou a mulher criminalmente.
Reconstituição do acidente
A Polícia Técnico-Científica está em processo de reconstituição do acidente que resultou na colisão do Porsche, conduzido por Fernando Sastre de Andrade Filho, com o veículo do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana.
Peritos do Instituto de Criminalística (IC) estiveram no local do acidente na semana passada, utilizando drones e scanner laser 3D para capturar imagens que serão usadas na elaboração de uma animação. Essa reprodução simulada, também conhecida como reconstituição, será parte integrante do processo.
A defesa de Fernando afirmou que confia plenamente na Justiça e ressaltou que todas as medidas impostas estão sendo rigorosamente seguidas.
Os advogados Jonas Marzagão e Elizeu Soares de Camargo declararam que "a decisão do magistrado é irretocável, pois a lei deve ser igual para todos, independente do carro que a pessoa possui". Eles também respeitam a decisão de sigilo processual determinada pelo Juiz.
Luam Silva, filho de Ornaldo, o motorista falecido no acidente, expressou recentemente seus sentimentos nas redes sociais, escrevendo: "Um sentimento de injustiça gigantesco dentro de mim".