O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ao que consta, nunca apresentou outra versão de si que não seja a de um agente público com o carisma de uma xícara de chá de erva-cidreira que herdou um dos mais importantes cargos da política brasileira. No entanto, o homem que comanda a maior cidade do hemisfério sul do planeta Terra resolveu adotar uma postura de rottweiler na campanha eleitoral em luta para receber mais quatro anos de mandato. A explicação é simples: ele está desabando nas pesquisas e, pelo andar da carruagem, deve ficar fora até mesmo do segundo turno se sua perda de votos não cessar.
Nesta quinta-feira (22), num evento realizado na Abrasel-SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo), Nunes deixou o ar insosso de lado e partiu para a agressividade contra seus adversários, das mais diferentes posições do espectro político-ideológico. José Luiz Datena (PSDB), foi chamado de “gagá”, Pablo Marçal (PRTB) de “lunático” e Guilherme Boulos (PSOL) foi tachado de invasor arruaceiro.
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“Agora a gente vive uma guerra de narrativas, né... Uma guerra de narrativa, tem um, um...um gagá aí que é candidato a prefeito também, que a vida dele quando tava na televisão era detonar o Centro de São Paulo para buscar audiência... E a gente tinha ali uma ação de desinformação”, disparou o atual prefeito contra Datena, o jornalista que por décadas comandou programas policialescos na TV.
Já em relação a Marçal, que é de fato quem mais o ameaça, uma vez que não para de crescer nas sondagens e está próximo de ultrapassá-lo, Nunes pediu “consciência” ao eleitor, mas não sem deixar de esculhambar o coach condenado por ter integrado uma quadrilha de criminosos que aplicava golpe em bancos.
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“Ou a gente tem um outro lunático que fala que as propostas é fazer um teleférico pra transporte de massa... pra um desconhecimento total. Eu não vou nem falar que ele não mora em São Paulo...", falou o prefeito. "Mas a falta de conhecimento das reais necessidades da cidade, né, pode nos levar... mas eu tenho certeza que não vai... a um retrocesso na cidade”, disse.
Já em relação a Boulos, Nunes não usou um adjetivo ou alcunha específico, mas tentou rotulá-lo como um invasor arruaceiro que promove quebra-quebras, evidentemente distorcendo fatos relacionados à militância do psolista no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
“Acho que existe uma diferença muito grande aí entre os candidatos. Alguém, que agora... A turma dele do MTST, agora, em 2021, invadiram (sic) a Bolsa de Valores no Centro de São Paulo, invadiram. Alguém que invadiu o Ministério da Fazenda e subiu em cima da mesa. Não é possível alguém em sã consciência imaginar, né, que uma pessoa dessa tem o mínimo de capacidade de liderar a cidade que é a maior da América Latina, a décima cidade do mundo, a cidade que está inserida na quinta maior metrópole do mundo”, seguiu agressivo o candidato à reeleição.