Incêndios criminosos devastaram áreas protegidas do Distrito Federal e do Rio de Janeiro nesta terça-feira (17). As Polícias Civil e Militar atuaram em conjunto para prender os responsáveis pelos crimes ambientais.
No Rio, um homem foi preso por iniciar um incêndio que destruiu uma área equivalente a 2,7 mil campos de futebol na APA Serra da Beleza, em Valença. Já em Brasília, outro suspeito, de 19 anos, foi detido por atear fogo em parte do parque Burle Marx.
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Sebastião Cloves da Silva, 61 anos, suspeito de iniciar um incêndio criminoso foi flagrado pela Polícia Civil. Imagens de segurança o flagraram ateando fogo à vegetação às margens da Rodovia RJ-143. O suspeito foi detido e seu veículo, roupas e capacete, utilizados no crime, foram apreendidos.
O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMERJ) já controlou mais de 1,4 mil incêndios florestais desde a criação do Gabinete de Crise, na última quinta-feira. No entanto, dois focos ainda permanecem ativos, um em Volta Redonda e outro em São Fidélis.
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No Distrito Federal, após ser detido com um galão de gasolina, o homem de 19 anos, identificado como Jefferson Wender Alves do Santos, foi conduzido à Coordenação Especial de Proteção ao Meio Ambiente, à Ordem Urbanística e ao Animal (Cepema), delegacia especializada em investigar causas e autuar responsáveis por incêndios.
A prisão acontece em um momento crítico para Brasília, que enfrenta a segunda maior estiagem de sua história, com 148 dias consecutivos sem chuva.
Brasília ocupa o segundo lugar no ranking das capitais brasileiras com maior período de estiagem em 2024, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Belo Horizonte lidera a lista, com mais de 150 dias sem chuva desde abril.
Governo entra com primeira ação contra danos climáticos
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), ingressou, nesta segunda-feira (16), com uma ação contra a Justiça do Pará por danos climáticos causados contra a Amazônia.
A ação, que é a primeira movida pelo governo federal por danos climáticos, pede R$ 635 milhões de reparação por sucessivas infrações ambientais registradas em 7.075 hectares em área de unidade de conservação federal.
Os danos foram causados à Floresta Nacional do Jamanxim. Entre elas, estão desmatamento, queimadas, aplicação de agrotóxicos, introdução de espécies exóticas, destruição de áreas de preservação permanente, além do impedimento à regeneração da vegetação nativa devido à criação ilegal de gado.
O valor da reparação foi calculado a partir do custo social da emissão de gases do efeito estufa resultantes dos danos ambientais. De acordo com o governo, a quantidade de emissões provocada pela degradação na área foi estimada em 1.139.075 toneladas de carbono.