REPRESENTATIVIDADE

Campanha: movimentos sociais voltam a pressionar por uma ministra negra no STF

Pressão por representatividade cresce após aposentadoria de Luís Roberto Barroso no Supremo

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A mobilização por representatividade no Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a ganhar força. Grupos do movimento negro retomaram nesta sexta-feira (10) a campanha nacional para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indique, pela primeira vez, uma mulher negra ao tribunal. A pressão surge após o anúncio da aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, feito na véspera.

Nos 134 anos de existência do STF, nenhuma mulher negra chegou à mais alta corte do país. Para as entidades, essa ausência reflete a desigualdade histórica que marca o sistema de Justiça brasileiro.

O coletivo Mulheres Negras Decidem, que lidera a articulação nas redes sociais, voltou a usar o slogan “Lula, lembra da gente?” — frase que marcou mobilizações anteriores. O grupo defende que a escolha da nova ministra seja um passo concreto na construção de um Judiciário mais plural e representativo.

Falta de representatividade no Judiciário

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apenas 2% das desembargadoras de segunda instância no país são mulheres negras. As organizações afirmam que uma nomeação com esse perfil não teria apenas valor simbólico, mas poderia influenciar decisões em temas como desigualdade racial, violência de gênero e democracia.

Essa não é a primeira vez que o movimento se articula com esse objetivo. Em 2023, quando a ministra Rosa Weber deixou o tribunal, a campanha já havia ganhado força, mas o presidente optou por indicar Flávio Dino para a vaga.

Agora, entidades como a Coalizão Negra por Direitos e o Geledés – Instituto da Mulher Negra prometem intensificar a mobilização, buscando garantir que a nova nomeação corrija a histórica falta de diversidade do Supremo.

Para os movimentos, o gesto de Lula pode marcar um ponto de inflexão na história da Justiça brasileira — um passo simbólico e prático na luta por igualdade e representatividade real.

 

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