Romeu Zema, governador de Minas Gerais, nomeou Edson de Resende Castro, ex-promotor de justiça e advogado que atuou para empresas do setor de mineração, para presidir a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).
A nomeação, feita em 11 de outubro, acontece em um momento delicado, após a Operação Rejeito, que investiga um suposto esquema de corrupção envolvendo a liberação de licenças ambientais irregulares. O ex-presidente da Feam, Rodrigo Franco, foi preso durante a operação.
Te podría interesar
Resende assume a presidência em meio a uma rápida troca de liderança na fundação, que teve três presidentes em menos de 40 dias.
Zema justificou a escolha de Resende, apontando sua longa trajetória no Ministério Público, onde atuou por mais de 30 anos, principalmente na área ambiental. Após se aposentar, Resende fundou um escritório de advocacia e passou a representar mineradoras, como a Itaminas, que tem atividades no mesmo complexo da barragem da Vale em Brumadinho.
Te podría interesar
A Feam, agora sob a direção de Resende, é a responsável por fiscalizar e conceder licenças ambientais, especialmente no setor de mineração, o principal alvo das investigações da Polícia Federal.
LEIA TAMBÉM: Bolsonarista, aliado de Nikolas é preso em megaoperação da PF contra corrupção na mineração em MG
Operação rejeito
A Operação Rejeito revelou um esquema envolvendo servidores da Feam, da Agência Nacional de Mineração (ANM) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que permitiram a exploração ilegal de áreas protegidas, resultando em impactos ambientais graves e uma estrutura de propinas e fraudes que movimentou mais de R$ 1,5 bilhão.
Em resposta, o governo de Minas afirmou que já tomou as medidas necessárias, como o afastamento de servidores envolvidos e a suspensão das licenças das empresas implicadas na operação.
O governo mineiro diz ter iniciado uma revisão dos processos relacionados às empresas investigadas e avalia a contratação de uma auditoria externa independente para acelerar as investigações.