DEFESA

Cidade no interior paulista é estratégica para sistemas de defesa antiaérea do Brasil

A cidade se tornou o centro estratégico para a implantação dos mais modernos sistemas de defesa antiaérea do Brasil devido à sua infraestrutura logística conveniente

Lançamento de míssil indiano Akash.Créditos: Wikipedia
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Nesta quarta-feira (15), o Exército Brasileiro comunicou a transformação do seu 12º Grupo de Artilharia de Campanha, alocado em Jundiaí (SP), em artilharia antiaérea — mudança que marca a incorporação de sistemas de defesa e interceptação de ameaças aéreas mais modernos do Brasil, cuja conclusão está prevista apenas para 2039.

A mudança vem acompanhada da aprovação, também, de uma nova Diretriz de Implantação do Sistema de Artilharia Antiaérea de médias e grandes alturas, parte do programa estratégico de defesa do espaço aéreo brasileiro, que amplia a capacidade de interceptação dos sistemas atuais para até 15 mil metros, com alcance horizontal estimado entre 40 km e 60 km.

Até então, o Exército Brasileiro dispunha principalmente de sistemas antiaéreos de baixa altura, com alcance vertical limitado, que chegava a cerca de 3 km. Internacionalmente, os principais sistemas de defesa — como o SAMP/T NG — têm alcance horizontal que ultrapassa os 100 km, muito superior à atual operacionalização do Exército brasileiro.

A cidade de Jundiaí, no interior paulista, tornou-se o centro estratégico para a implantação desses sistemas de defesa devido à sua infraestrutura logística conveniente. Localizada às margens da Rodovia Anhanguera e próxima do Rodoanel Mário Covas — que dá acesso direto à rodovia que liga ao Porto de Santos —, a cidade permite a coordenação de deslocamentos para várias regiões do país, além de saídas internacionais.

O Exército tem discutido, ainda, a aquisição de seus novos sistemas de defesa em negociações mediadas com a Índia e com a Itália. O sistema indiano Akash, um míssil superfície-ar desenvolvido pela Bharat Dynamics Limited, que esteve na mira do Brasil, foi considerado ultrapassado pelas forças armadas, por pertencer a uma geração anterior dos sistemas antiaéreos.

Os diálogos com a Itália, por sua vez, envolvem o Emads, sistema fabricado pela MBDA e pela Leonardo, pertencente à mesma classe dos mísseis que devem equipar as novas fragatas da Marinha brasileira, da Classe Tamandaré.

Atualmente, a base da defesa antiaérea brasileira é o Guarujá, no litoral paulista. A transferência para Jundiaí relaciona-se, além do acesso rodoviário facilitado aos polos de intermediação, a uma melhor posição para a defesa dos principais aeroportos do estado de São Paulo.

A nova base do Exército deve ser equipada com mísseis de interceptação — alguns já em negociação —, além de equipamentos e sistemas de inteligência, como radares e drones.

Parte da modernização envolve aposentar os sistemas mais obsoletos da instituição, como os canhões BOFORS-FILA 40 mm, antiaéreos suecos adquiridos na década de 1980, que ainda compõem as defesas de baixa altitude do país.

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