POLÍCIA CIVIL

Diarista de 60 anos descobre golpe do amor na véspera do casamento

Ela perdeu as economias de toda a vida e diz ter ficado sem dinheiro nem pra comprar pão; sujeito teria enganado pelo menos outras dez mulheres

O convite do casamento distribuído pelo golpista.Créditos: Reprodução
Escrito en BRASIL el

Uma moradora de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, teve as economias de toda uma vida levadas por um estelionatário que se passou por apaixonado. Aos 60 anos, ela perdeu quase R$ 300 mil no chamado “golpe do amor” e só descobriu a farsa um dia antes de subir ao altar.

O suspeito, de 50 anos, foi preso pela Polícia Civil do Paraná na última quarta-feira (15), em Taboão da Serra (SP). De acordo com as investigações, ele teria enganado pelo menos dez mulheres em quatro estados — São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia — aplicando o mesmo tipo de golpe.

A vítima, que preferiu não se identificar, conheceu o homem pelas redes sociais. Porteira, diarista e cuidadora de idosos, ela havia juntado o dinheiro para garantir uma aposentadoria tranquila. Em sete meses de relacionamento, viu o suposto noivo assumir o controle de suas finanças e desaparecer com tudo.

Investimento conjunto

Segundo a advogada da mulher, Maryam Kadri, o criminoso convencia as vítimas de que estavam investindo juntos em imóveis. Para isso, enviava documentos falsos e usava assinaturas digitais e até reconhecimento facial para abrir contas bancárias e contrair empréstimos em nome delas. Dois carros também foram comprados usando os dados da vítima.

O golpista chegou a marcar o casamento, contratou buffet, alugou o espaço da festa e enviou convites à família da mulher. O evento foi adiado três vezes. Na véspera da nova data, ele ligou para terminar o relacionamento e desapareceu.

“Perdi tudo o que tinha e ainda fiquei endividada. Não sobrou nem dinheiro para comprar um pão”, lamentou a vítima, ainda em choque.

O homem responderá por estelionato, falsidade ideológica, furto qualificado e dano emocional.

“Ele usava o sentimento como ferramenta de manipulação. Um caso clássico de estelionato sentimental”, resumiu a advogada.

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