Os novos programas do governo Lula voltados para a reforma e o uso da poupança no Minha Casa Minha Vida (MCMV) devem impactar positivamente o setor de construção e, ainda, usar materiais de qualidade. É como analisa o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), Paulo Engler, em conversa com a Fórum, nesta terça-feira (21).
Ele explicou à Fórum que a perspectiva é que o setor lute pelo uso de materiais de qualidade nessas reformas do Casa Brasil:
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“Já que vão reformar a casa, é melhor que usem o melhor material”, disse Engler. “O setor vai se engajar completamente para que as pessoas comprem material de construção devidamente certificado”, continuou. “Queremos que as pessoas comprem material devidamente certificado, dentro do Programa Setorial da Qualidade (PSQ). Não há grandes diferenças de preço, e o produto básico nacional tem qualidade assegurada”, completou.
Engler afirmou que o setor deve rever para cima suas projeções de crescimento em 2025 diante dos novos programas habitacionais e de crédito lançados pelo governo federal. A perspectiva de 2026 será ainda mais favorável.
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“Vínhamos de um primeiro semestre razoavelmente bom, mas tivemos um engasgo em julho e agosto. A previsão de crescimento para 2025 era de 2,8%, depois revisamos para 1,8%. Agora, com esses programas, devemos rever novamente, para cima (dos antigos 2,8%)”, disse Engler.
Nova poupança e crédito para reformas devem destravar a base da cadeia
O dirigente explica que, historicamente, o setor dependia quase exclusivamente da caderneta de poupança para financiar programas habitacionais, mas a criação de novas fontes específicas de dinheiro para serem usadas pelos bancos nos financiamentos (as chamadas “rubricas de funding”) ampliam a capacidade do sistema financeiro de sustentar o crédito.
“O lançamento da nova poupança é muito positivo porque assegura um volume de dinheiro para esse tipo de programa. Já o Reforma Casa Brasil entra na faixa de renda 1, permitindo que as famílias reformem suas casas e movimentem o pequeno comércio”, explicou Engler.
Com o programa, a expectativa da entidade é de que os materiais de base — como cimento, aço, cerâmica e tijolos — voltem a liderar o ciclo produtivo, seguidos por itens de acabamento, tintas, elétrica e hidráulica. “O impacto é imediato, porque as pessoas vão direto à Caixa para obter o empréstimo e já começam a comprar”, explicou Engler.
Setor foi pouco afetado pelas sanções de Trump
Engler avaliou ainda que as sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos tiveram pouco impacto sobre o setor brasileiro de materiais de construção.1 “Havia alguns itens na lista, mas o que de fato nos preocupava era o fim das obras vendidas nos últimos dois anos, que estavam na fase de acabamento. Agora, com os novos programas, a base volta a funcionar — e esse é o ciclo natural da nossa indústria”, concluiu.