Uma mulher apontada pela polícia como uma das principais integrantes armadas do Comando Vermelho (CV) foi morta durante a operação conjunta das forças de segurança nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na última terça-feira (28).
Conhecida pelos apelidos Penélope, Japinha e “musa do crime”, a jovem foi atingida por um tiro de fuzil no rosto durante o intenso confronto entre policiais e traficantes.
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Segundo a Polícia Civil, Penélope era uma figura de confiança da cúpula local da facção e atuava na proteção de rotas de fuga e defesa de pontos estratégicos de venda de drogas. No momento em que foi morta, ela vestia roupa camuflada, colete tático e carregava carregadores de fuzil.
O corpo foi encontrado próximo a um dos acessos principais do Complexo da Penha, após horas de tiroteio. Agentes afirmam que a mulher teria reagido à tentativa de prisão e aberto fogo contra a polícia, sendo atingida em seguida.
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Sinais de execução e apelo internacional
A advogada Flávia Fróes, que acompanhou a remoção dos corpos, afirmou que alguns apresentavam tiros na nuca, facadas nas costas e ferimentos nas pernas, indícios que serão investigados.
Diante da gravidade do caso, organizações de direitos humanos solicitaram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) o envio de peritos e observadores internacionais ao Rio.
Fróes classificou a operação como “o maior massacre da história do Rio de Janeiro”.
Figura conhecida nas redes
Antes de morrer, Penélope costumava publicar fotos nas redes sociais exibindo armas de grosso calibre e posando com roupas táticas, o que lhe rendeu o apelido de “musa do crime”. As imagens, que circulam em perfis e grupos online, mostram a mulher ostentando fuzis e coletes em cenários que remetem à guerra urbana travada entre facções e forças de segurança no Rio.
A polícia afirma que o perfil de Penélope simboliza o papel crescente de mulheres nas estruturas de poder do tráfico de drogas no estado, especialmente nas funções de logística, defesa territorial e comando local.
Operação mais letal da história do Rio
A morte de Penélope ocorreu no contexto da maior operação policial já realizada no estado. A ação, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil, Militar e de unidades especiais, tinha como objetivo enfraquecer o Comando Vermelho e desarticular sua base logística nas comunidades do Alemão e da Penha.
De acordo com dados oficiais, a operação resultou em 64 mortos — entre eles quatro policiais — e 81 presos.
Entretanto, o número de vítimas pode ser ainda maior. Durante a madrugada desta quarta-feira (29), moradores do Complexo da Penha levaram dezenas de corpos até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, alegando que muitos mortos não constam na contagem oficial divulgada pelo governo. O número de mortos deverá passar de 128.