Um laudo preliminar da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou nesta quinta-feira (9) que o advogado criminalista Luiz Fernando Pacheco morreu em decorrência de traumatismo craniano. O corpo foi encontrado na rua Itambé, em Higienópolis, região central da capital, após o profissional ser vítima de um assalto.
De acordo com fontes da TV Globo, os exames indicam que o ferimento foi provocado por uma queda após Pacheco levar um soco desferido por Lucas Brás dos Santos, preso posteriormente pela Polícia Civil. Lucas e a namorada, Ana Paula Teixeira Pinto de Jesus, são acusados de latrocínio (roubo seguido de morte).
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As autoridades também descartaram a presença de metanol no corpo do advogado — hipótese inicialmente levantada por amigos, já que minutos antes de desaparecer, Pacheco enviou uma mensagem em tom de brincadeira dizendo que havia “tomado metanol” em um grupo de WhatsApp.
Câmeras registraram o ataque
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o casal aborda o advogado. Lucas dá um soco no rosto de Pacheco, que cai desacordado na calçada. Em seguida, os criminosos roubam os pertences da vítima e fogem.
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Dias depois, Lucas e Ana Paula foram detidos junto com um terceiro envolvido, José Lucas Domingo Alves, de 23 anos, apontado como responsável por dar cobertura à dupla. O trio foi capturado em frente a um abrigo na Rua Riachuelo, na região da Sé.
Pacheco foi socorrido na Santa Casa de São Paulo, mas, sem documentos, só foi identificado 36 horas após o desaparecimento, por meio das impressões digitais. O sepultamento ocorreu na sexta-feira (3), com a presença de colegas de advocacia, autoridades e ministros de Estado.
Histórico criminal do agressor
Lucas Brás dos Santos já havia sido condenado por roubo contra outra advogada em agosto de 2023, na Rua Paim, na Bela Vista. Na ocasião, ele derrubou a vítima durante a ação e foi preso em flagrante. Apesar de ter confessado o crime, foi solto em outubro do mesmo ano por decisão judicial que considerou o longo tempo de prisão sem julgamento.
O juiz Bruno Paiva Garcia, responsável pela decisão, argumentou que a prisão preventiva deveria se basear em “fatos concretos e verificáveis” e não apenas na gravidade do crime. Ironia do destino, o mesmo magistrado condenou Lucas, em janeiro de 2025, a 5 anos e 4 meses de reclusão pelo roubo na Bela Vista — pena que ele ainda não havia começado a cumprir.
Confissão e investigação
Segundo a delegada Gabriela Lisboa, responsável pelo caso, os três detidos confessaram participação no crime. Em depoimento, afirmaram viver nas ruas e frequentar abrigos municipais para se alimentar.
Até o momento, os pertences de Luiz Fernando Pacheco ainda não foram localizados. A Polícia Civil segue investigando se os suspeitos venderam ou descartaram os objetos após o crime.