O atestado de óbito mostra que Yago Ravel Rodrigues Rosário, encontrado morto na mata do Complexo da Maré ao lado de dezenas de outros supostos integrantes do Comando Vermelho, não morreu baleado.
A causa mortis foi mesmo a decapitação, como afirmava desde o início a família. A cabeça de Yago, que apresentava uma série de fraturas, foi pendurada em uma árvore ao lado do corpo.
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"Ele era um menino do bem, tranquilo, não precisava de nada do que aconteceu com ele", disse a tia Beatriz Nolasco ao denunciar a ação policial.
Yago tinha mais de 6 mil seguidores no Tik Tok. Nas imagens, ele aparece em uma motocicleta e filosofa: "Eu converso com Deus, mesmo que ande entre os pecados".
Ravel do CV?
A família diz que ele trabalhava como motoboy.
A polícia diz tratar-se de Ravel do CV, um dos influenciadores do Comando Vermelho.
A conta de Yago em uma rede foi invadida por gente celebrando a morte. Mas ele também recebeu em vídeo a homenagem de amigos.
A mãe de Yago, Raquel, chegou a dizer em uma gravação: "Quer entrar, quer matar, mata. Dá tiro, mas cortar a cabeça e botar numa estaca!".
A polícia sugeriu que Yago teria sido decapitado depois de morto, por comparsas, com o objetivo de chocar a opinião pública, o que foi desmentido pela autópsia.
A mãe diz que o filho se entregou: "Não teve nada de tiro, ele foi espancado e depois decapitado. Tiraram a cabeça e botaram numa estaca. Que mundo é esse que a gente vive? Meu filho só tinha 19 anos, ele era um menino, ele não merecia isso".
Centenas de pessoas foram ao enterro de Yago, inclusive colegas motociclistas. Houve disparos de rojão e muitas cartazes denunciando a ação policial.
Antes do sepultamento, a mãe de Yago bateu no caixão e disse: "Tá aqui o que o governo fez, ó, o sucesso de vocês!".
