CENSO 2022

A cidade dos solteiros: este município brasileiro tem a maior proporção de pessoas que nunca morou com parceiro

Dados do Censo 2022 mostram transformações nas relações familiares e no modo de vida dos brasileiros

Créditos: Freepik
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Mais de 90 milhões de brasileiros — 51% da população — vivem atualmente em algum tipo de união conjugal, segundo dados preliminares do Censo 2022 divulgados nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2010, o número era de 81 milhões (50% da população), o que indica uma leve expansão nas relações formais e estáveis no país.

Por outro lado, o levantamento revela uma mudança no perfil das famílias e dos arranjos afetivos: 85,7 milhões de brasileiros não vivem em união conjugal — cerca de 49% da população. Entre eles, 53 milhões nunca moraram com cônjuge ou companheiro(a), enquanto outros 32,6 milhões são separados, viúvos ou divorciados.

Pracinha (SP) tem o maior número de pessoas que nunca viveram em união

Entre os municípios brasileiros, o IBGE destaca Pracinha, no interior de São Paulo, como o local com o maior percentual de pessoas que nunca viveram em união conjugal: 49% dos habitantes declararam que jamais moraram com cônjuge ou companheiro.

O dado chama atenção por representar quase metade da população local (cerca de 2.578 habitantes), e sugere transformações no modo de vida e nas relações afetivas em pequenas cidades do interior.

O município de Balbinos (SP) aparece em seguida, mas com um perfil diferente: ali, 81% da população não vive em união conjugal — sendo metade formada por pessoas que já tiveram relacionamentos formais e hoje estão separadas, viúvas ou divorciadas.

Nova Candelária (RS) está no extremo oposto do ranking, com 72% dos moradores vivendo em algum tipo de união conjugal.

Novos arranjos familiares e o sentido de “viver junto”

O IBGE classifica a população em três categorias: os que vivem em união conjugal, os que não vivem, mas já viveram (separados, viúvos ou divorciados) e os que nunca viveram em união.

A definição inclui tanto casamentos civis ou religiosos quanto uniões estáveis sem formalização, desde que haja moradia conjunta.

O grupo de pessoas que nunca viveu em união conjugal abrange, portanto, quem jamais dividiu o mesmo domicílio com um parceiro. Isso não significa ausência de relacionamentos — muitos desses brasileiros podem namorar, ter filhos ou morar sozinhos por escolha.

Os dados refletem uma tendência observada nas últimas décadas: o aumento da individualização dos arranjos familiares e a diversificação dos modos de convivência. Questões econômicas, mudanças culturais e a maior autonomia das mulheres também estão entre os fatores que influenciam essas escolhas.

Metade do país vive acompanhada, metade não

O levantamento mostra que o Brasil está praticamente dividido ao meio: 51% vivem em algum tipo de união conjugal, enquanto 49% não vivem.

Em 2010, o cenário era quase idêntico, mas com uma diferença: naquela época, 35% nunca haviam morado com parceiro(a), percentual que agora caiu para 30%.

Os dados, segundo o IBGE, ajudam a compreender como as transformações sociais, demográficas e econômicas moldam os padrões de convivência no país. Ao mesmo tempo, indicam que o conceito de “família” vem se tornando cada vez mais plural e adaptado às realidades regionais.

 

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