Seis centrais sindicais manifestaram apoio ao sindicalista Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT), nesta segunda-feira (28). São elas: CUT, UGT, Força Sindical, NCST, CTB e CSB. Por meio do documento, todas se posicionaram favoráveis à ação da Polícia Federal (PF) e, ainda, defendem Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), ressaltando que ele se tornou “alvo indevido” por “manipulações e desinformações típicas da extrema direita”.
O documento descreve que Frei Chico está sendo alvo da extrema direita por conta do parentesco com o presidente Lula, e chama de “politicagem eleitoral” o caso, pois o sindicalista não está sendo investigado pela PF.
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As centrais sindicais, por meio do documento, ainda defendem o ressarcimento dos afetados em seus benefícios, descontados por organizações de má-fé, e repudiam o desvirtuamento do caso, “transformando-o em um instrumento de ataque aos trabalhadores e ao governo Lula”. Citam, ainda, ataques considerados injustos à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e o Sindnapi.
Assinam o documento o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre; o presidente da Força Sindical, Miguel Torres; o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah; o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo; o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Moacyr Tesch Auersvald; e o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto.
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“Apoiamos a ação da Polícia Federal e defendemos o ressarcimento de todos que tiveram parte de seus benefícios surrupiados por organizações de má-fé. Repudiamos, igualmente, o desvirtuamento desse caso, transformado em mais um instrumento de ataque aos trabalhadores e ao governo Lula. Estão sendo injustamente atacados a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), entidades sérias, comprometidas com os trabalhadores rurais e com os aposentados, às quais reafirmamos nosso apoio e confiança. Manifestamos, também, nosso apoio e defesa ao metalúrgico aposentado José Ferreira da Silva, o Frei Chico, que, por meio de manipulações e desinformação típicas da extrema direita, tornou-se indevidamente alvo desse noticiário tendencioso. Frei Chico está em evidência apenas por seu parentesco com o presidente Lula. Trata-se de pura politicagem eleitoral, que engana muita gente de boa fé”, descreve o manifesto.
Entenda
O Sindnapi se tornou alvo da investigação da Polícia Federal (PF) durante a Operação Sem Desconto, que investiga desvio de benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ocorrida na última quarta-feira (23).
Na sexta-feira (25), o próprio diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que Frei Chico não é investigado no âmbito da Operação Sem Desconto. “Várias entidades e associações foram objeto de busca e apreensão e de medidas também contra seus dirigentes. Esse sindicato, o Sindnapi, não foi objeto de busca e apreensão. Tampouco os seus dirigentes foram alvo de qualquer medida. Respondendo muito objetivamente, o irmão do presidente Lula não é alvo da operação, não é investigado na operação”, afirmou Rodrigues.
Leia a íntegra do manifesto
“Apoio a Frei Chico, ao governo Lula e ao sindicalismo
Acompanhamos, estarrecidos, as notícias sobre as fraudes no INSS. Por dois motivos principais: primeiro, pela roubalheira que atinge aposentados e pensionistas; segundo, pelas distorções que permeiam o noticiário, que, de forma maliciosa, tenta relacionar entidades e pessoas alheias ao caso, com o objetivo de promover ataques políticos e antissindicais.
Apoiamos a ação da Polícia Federal e defendemos o ressarcimento de todos que tiveram parte de seus benefícios surrupiados por organizações de má-fé. Repudiamos, igualmente, o desvirtuamento desse caso, transformado em mais um instrumento de ataque aos trabalhadores e ao governo Lula.
Estão sendo injustamente atacados a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), entidades sérias, comprometidas com os trabalhadores rurais e com os aposentados, às quais reafirmamos nosso apoio e confiança.
Manifestamos, também, nosso apoio e defesa ao metalúrgico aposentado José Ferreira da Silva, o Frei Chico, que, por meio de manipulações e desinformação típicas da extrema direita, tornou-se indevidamente alvo desse noticiário tendencioso.
Frei Chico está em evidência apenas por seu parentesco com o presidente Lula. Trata-se de pura politicagem eleitoral, que engana muita gente de boa fé.
Metalúrgico de São Caetano, no ABC Paulista, Frei Chico é um histórico líder operário, perseguido pelo regime militar, que participou ativamente da refundação das organizações de trabalhadores durante a resistência à ditadura, nas lutas pela redemocratização e pela conquista da Constituição Cidadã. Foi ele quem influenciou seu irmão mais novo, Luiz Inácio Lula da Silva, a ingressar no movimento sindical e a lutar pelos direitos dos trabalhadores — trajetória que culminou na eleição de Lula como um dos presidentes mais comprometidos com o povo em nossa história, a exemplo de Getúlio Vargas.
Jamais Frei Chico utilizou a estrutura sindical ou política em benefício próprio. Sempre viveu — e continua vivendo — de maneira modesta, fiel aos seus ideais.
Ao desviar o foco das investigações para sua figura, a narrativa em torno das fraudes no INSS torna-se um discurso contra o governo e contra o sindicalismo.
É fundamental que as quadrilhas formadas nos governos Temer e Bolsonaro sejam rigorosamente investigadas e desmanteladas. E que o sindicalismo de luta, com seus líderes verdadeiramente comprometidos com a causa dos trabalhadores, seja valorizado nesse processo, para que o povo saiba claramente quem está ao seu lado.
São Paulo, 28 de abril de 2025
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)”.