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Entidade sionista acusa Lula de antissemitismo e federação palestina denuncia "mordaça"

Conib critica Lula por defender a vida de mulheres e crianças; PL de Pazuello prepara censura pró-Israel no Brasil

Créditos: Ricardo Stuckert / PR
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Durante entrevista coletiva em visita oficial à Rússia na quinta-feira (8), o presidente Lula aproveitou para criticar o genocídio conduzido por Israel em Gaza.

“É um genocídio de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças a pretexto de matar terroristas”, disse Lula. “Já houve caso de explodirem um hospital e não ter um terrorista, só mulher e criança”.

A fala do presidente brasileiro foi alvo de uma nota da Confederação Israelita do Brasil (CONIB), que o acusa de "antissemitismo". 

“Acusar judeus de matar crianças é uma das formas mais antigas e deploráveis de antissemitismo, e é lamentável e perturbador que o presidente do nosso país siga promovendo este libelo antissemita pelo mundo”, disse a entidade através de nota.

Desde outubro de 2023, mais de 62 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde de Gaza. De acordo com a Al Jazeera, são pelo menos 17 mil crianças mortas no período.

A acusação da Conib vem na esteira do projeto de lei 472/25, de autoria do deputado Pazuello (PL-RJ), que defende a adoção de uma nova conceituação de antissemitismo no Brasil.

Caso o projeto do parlamentar bolsonarista seja aprovado e entre em vigor, ficará proibida “qualquer atitude que, de forma direta ou velada, questione a legitimidade do Estado de Israel ou minimize a gravidade do Holocausto será tratada com rigor, coibindo práticas discriminatórias”.

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) defendeu o presidente Lula da acusação da Conib e criticou a proposta de Pazuello, que ficou apelidada de "mordaça sionista".

"A Confederação Israelita do Brasil (CONIB) emite nota acusando o presidente Lula de “antissemitismo”. Seu “crime”: declarar que “na Faixa de Gaza é um genocídio, de um exército muito bem preparado contra mulheres e crianças a pretexto de matar terroristas. Já houve caso de explodirem um hospital e não ter um terrorista, só mulher e criança”, afirma a Fepal em nota.

"O presidente brasileiro repetiu o falecido Papa Francisco, a ONU, a Anistia Internacional, a Corte Internacional de Justiça, a Liga Árabe, a União Africana, os BRICS, incontáveis líderes mundiais", diz a nota.

"Ao presidente Lula nossa solidariedade e agradecimento. À CONIB a força da lei, para que abdique de defender o totalitarismo no Brasil e de incitar a opinião pública à defesa do genocídio na Palestina, crime equivalente ao próprio genocídio. NÃO À MORDAÇA SIONISTA DO PL 472/25!", afirma o texto.

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